Luta intestina enfraquece republicanos na Câmara dos EUA

A luta interna dos congressistas republicanos pela presidência da Câmara de Representantes é hoje uma ameaça que pode piorar a guerra dentro do partido, a pouco mais de um ano das eleições gerais de 2016.


John Boehner deixará seu cargo como presidente da Câmara no dia 30 de outubroJohn Boehner deixará seu cargo como presidente da Câmara no dia 30 de outubro
O representante do partido pelo estado de Ohio, John Boehner, surpreendeu aliados e adversários no dia 25 de setembro ao anunciar que deixará seu cargo como presidente da Câmara no dia 30 de outubro e, inclusive, seu assento de congressista, depois de enfrentamentos tensos com figuras ultra-conservadoras que o acusavam de atuar com fraqueza.

O líder da maioria na Casa, Kevin McCarthy, parece ser o candidato favorito para substituí-lo, mas vários de seus companheiros de partido temem que o sucessor de Boehner se converta em uma nova vítima do que o jornal The Hill considera uma verdadeira guerra fratricida dentro das filas republicanas.

Para a deputada Martha McSally, também republicana, seus colegas estão em uma verdadeira encruzilhada: ou começam a trabalhar em equipe ou se submetem aos efeitos do que chamou de pelotão de fuzilamento, em referência à polêmica que protagonizam.



A dinâmica fundamental da forma de governar não mudou, por isso é possível que o próximo presidente da Câmara de Representantes – que será eleito em 8 de outubro – enfrente os mesmos desafios que Boehner, afirmou Charlie Dent, um dos líderes do chamado Tuesday Group (Grupo das Terças-feiras), um bloco de republicanos de "centro".

"Sempre disse que os mesmos representantes que tentaram eliminar Boehner tentarão fazer o mesmo com seu sucessor e acho que isso McCarthy e outros pretendentes à liderança da casa entendem isso", acrescentou Dent ao diário The Hill. Se a conferência republicana não for capaz de conseguir unidade no partido e trabalhar conjuntamente em uma estratégia ampla, apesar de diferenças táticas e de opinião, espero que esta guerra fratricida continue, afirmou o representante pelo Texas, Bill Flores, de tendência conservadora.

Nas semanas recentes, Boehner enfrentou forte pressão dos elementos mais radicais de seu partido, que faziam questão de eliminar os fundos para o órgão de planejamento familiar e atenção à mulher, 'Planned Parenthood', que esteve no centro de um escândalo pela suposta venda de fetos a instituições científicas.

Esta controvérsia colocou em risco os esforços para aprovar o orçamento do ano fiscal 2016.

O Capitólio aprovou ontem uma medida provisória para financiar as agências federais até 11 de dezembro e dar tempo à Casa Branca e aos líderes do Legislativo para negociar depois um acordo a mais longo prazo, processo que aparentemente será muito complexo.

Esta medida se converteu em lei depois de assinada na terça-feira (30/9) à noite pelo presidente Barack Obama.

Segundo o jornal The New York Times, esta "bagunça" que reina nas filas do Partido Republicano afeta suas possibilidades nas eleições presidenciais de 2016, por isso o substituto de Boehner terá que enfrentar as figuras sectárias e tomar medidas para que o partido tenha um futuro melhor.


Fonte: Prensa Latina

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