Lulinha prepara ação contra jornal O Globo e colunista que disse que delator citou seu nome

Postado em 16 de outubro de 2015 às 8:36 pm

Ao contrário do que o colunista Lauro Jardim informou no jornal O Globo, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, não fez menção ao nome de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, em sua delação premiada homologada pelo ministro Teori Zavascki.
Baiano citou, de fato, o nome do pecuarista José Carlos Bumlai, tido como amigo pessoal do ex-presidente Lula. Nesta sexta-feira, em sua manchete, a Folha de S. Paulo noticiou que Baiano teria mencionado um suposto pagamento pedido por Bumlai para uma “nora do ex-presidente Lula”. No entanto, não foi feita referência ao nome de Fábio Luis.
Nesta sexta-feira, Lauro Jardim tentou consertar o erro do último domingo, com a seguinte nota:

Renata, a nora de Lula citada na delação premiada de Fernando Baiano é a mulher de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
Lula tem três noras e Baiano não dá, em sua delação, o nome de quem seria a beneficiária do pedido supostamente feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai.
Mas pelo relato do caso, ou seja, o dinheiro serviria para quitar dívidas de um apartamento, quem conhece a família não tem dúvida em apontar a mulher de Lulinha como a nora referida.
Como se vê, é uma informação bem diferente da publicada no último domingo, em que o colunista cravava que “Lulinha era um dos alvos”:
Delação explosiva
“Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita na sexta-feira pelo ministro Teori Zavascki. O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha. Baiano contou que pagou despesas do primogênito de Lula no valor de cerca de R$ 2 milhões. Ao contrário dos demais delatores, que foram soltos logo após a homologação das delações, Baiano ainda fica preso até 18 de novembro, quando completa um ano encarcerado. Voltará a morar em sua cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca. A propósito, quem teve acesso à delação conta que Eduardo Cunha é, sim, citado por Baiano. O operador admite ter relações com o presidente da Câmara, mas não entrega nada arrasador contra Cunha.
Fábio Luis garante que nem sequer conhece Fernando Baiano. Seu advogado, Cristiano Martins, afirma que pediu acesso ao inteiro teor da delação do lobista não porque tenha qualquer preocupação com seu teor. “Queremos os documentos apenas para instruir as ações judiciais contra quem difundiu informações falsas e levianas”, disse ele.
Abaixo, a nota divulgada pelo advogado de Fábio Luis:
Diante do ataque sistemático à honra e reputação do sr. Fábio Luís Lula da Silva, sua defesa requereu na data de hoje (16.10) ao Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, acesso à íntegra da delação premiada do lobista Fernando Soares.
A providência tem por objetivo instruir ações que serão promovidas contra os que, pela imprensa, encabeçaram a divulgação, desde o último dia 11, de notícias falsas sobre pagamentos de contas de nosso cliente pelo citado delator.
De forma sistematizada, põe-se em pé uma operação jornalística que, a cada dia, coloca na mira de suas manchetes o personagem da vez, eleito alvo da ofensa. Surge, agora, uma entidade primeiramente nominada a “nora de Lula”. Após 24h, divulga-se que a “nora” citada é a mulher do sr. Fábio Luís, sob o alegado argumento de que “quem conhece a família não tem dúvida em apontar” sua esposa.
A verdade não pode estar no mero repasse de informações fornecidas e colhidas a bel prazer, pingadas a conta-gotas de uma delação sob sigilo, que, a cada dia, muda sua versão dos fatos, para tornar mais verossímil a narrativa. O que se identifica são irresponsáveis ilações daqueles que foram, depois, desmentidos no decorrer do processo.

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