Julian Assange: Governo Britânico recusa pedido para levar fundador do Wikileaks ao hospital

Assange vive na Embaixada do Equador desde que recebeu asilo. Ele precisa ir ao hospital para fazer exames, mas o governo negou este direito humano

Heather Saul - The Independent
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O governo do Equador está pedindo que Assange possa ter um “passe livre” da Embaixada Equatoriana até o hospital.
 
O fundador do Wikileaks vive na Embaixada desde que recebeu asilo, três anos atrás. O representante de Relações Exteriores do Equador disse que ele precisa realizar uma ressonância magnética no seu ombro para determinar a causa da dor que vem sofrendo, mas ele encara perigo de detenção imediata caso saia do prédio da Embaixada.
 
O governo equatoriano disse que entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores britânico no dia 30 de setembro com um requerimento para que Assange fosse autorizado a se encaminhar a um hospital. Disse também que o pedido foi recusado.

 
O Ministro de Relações Exteriores, Ricardo Patino, apresentou a carta do médico de Assange em uma coletiva de imprensa.
 
A carta dizia: “Ele vem sendo assolado por uma dor constante na região do ombro direito durante os últimos três meses [desde junho de 2015]. Não há histórico de trauma naquela área. Eu o examinei e todos os movimentos do seu ombro (abdução, rotação interna e rotação externa) estão limitados por conta da dor''.
 
''Não é possível que eu determine a exata causa dos sintomas sem utilizar testes complementares, [o que inclui] a ressonância magnética''.
 
Seu advogado, Carey Shenkman, disse em uma declaração: ''Ao afirmar que o Sr. Assange precisa abandonar seu asilo para receber o tratamento, o governo do Reino Unido força uma escolha entre o direito humano ao asilo e o direito humano ao tratamento médico''.
 
''Ninguém deveria ser obrigado a fazer essa escolha. A Suécia e o Reino Unido têm a responsabilidade de garantir que os direitos fundamentais do Sr. Assange sejam respeitados. Em termos humanitários, eles deveriam concordar rapidamente em permitir que ele tivesse um passe livre pro hospital''.
 
Um representante do Ministério de Relações Exteriores britânico afirmou: ''Não há dúvida de que as autoridades britânicas impediriam, a qualquer custo, que o Sr. Assange recebesse aconselhamento ou cuidado médico. Nós deixamos isso bem claro pro governo do Equador."
 
Tradução de Allan Brum 




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