Fernando Brito: Putin deu outro “banho” nos EUA, que desistem de treinar “rebeldes” sírios

isis

Outro dia escrevi aqui que os resultados alcançados pelos ataques russos contra os terroristas do “Estado Islâmico” (passo a usar aspas, porque não são um Estado e é ofensivo ao Islã chama-los assim) tinham, em poucos dias, superado de longe todos os resultados obtidos pelas ações dos EUA e seus aliados da OTAN no combate ao terrorismo na Síria.

Hoje, isso virou confissão.

“O governo Obama  abandonou, nesta sexta-feira, seu esforço para organizar  uma força rebelde dentro da Síria para combater o Estado Islâmico, reconhecendo o fracasso de sua campanha de US$ 500 milhões para treinar milhares de combatentes e  para fornecer ajuda letal (leia-se armas)  para grupos já engajados na batalha” diz o The New York Times.
A razão do fracasso é simplesmente o fato de que boa parte dos aliados americanos na Síria são, de fato, aliados de fato do Isis. “Muitos dos grupos rebeldes eram mais focados em uma campanha contra a presidente sírio, Bashar al-Assad”, diz uma alta fonte da Casa Branca ao jornal.

Quatro senadores –  Christopher S. Murphy, democrata de Connecticut; Joe Manchin III, democrata de West Virginia; Tom Udall, democrata do Novo México; e Mike Lee, republicano de Utah – enviaram carta a Barack Obama dizendo que a ação dos EUA na Síria era pior que “jogar fora” o dinheiro do contribuinte, porque estava armando as forças que dizia  combater.
No mesmo dia, a Rússia anunciou uma estimativa de ter destruído cerca de 40% da estrutura do “Estado Islâmico” em uma semana de operações, em cinco dias de operação.  Tanto que já há notícias de que dois governos alinhados com os americanos, o do Iraque e o do Afeganistão, já esticam os olhos para uma eventual ajuda russa no desmonte  do terrorismo do Isis.
Ano após ano, os norte-americanos acumulam erros em sua política para o Oriente e, desde que financiaram grupos irregulares no Afeganistão – há mais de 30 anos, para derrubar o então presidente Babrak Karmal -um deles liderado  por um então rapaz de longas barbas chamado Osama Bin Laden.

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