Dança das cadeiras pode dar mais poder a representantes de trabalhadores

Ministério do Trabalho e da Previdência volta à influência do PT, após oito anos com o PDT. Ex-dirigente da CUT, José Lopez Feijóo assumirá Secretaria Nacional do Trabalho. Carlos Gabas segue na Previdência
por Redação RBA publicado 02/10/2015 16:48, última modificação 02/10/2015 17:07
José Lopez Feijóo
Indicação de Feijóo atende antiga reivindicação da CUT, que teve três ex-dirigentes no comando do MTE de 2003 a 2007
São Paulo – Com a reforma ministerial anunciada hoje (2) pela presidenta Dilma Rousseff, o Ministério do Trabalho e da Previdência, que volta a ser unificado, a cargo de Miguel Rossetto, que deixa a Secretaria-Geral da Presidência, terá duas secretarias nacionais em vez de uma executiva. A de Trabalho será ocupada por José Lopez Feijóo, atual assessor especial da Secretaria-Geral, e a de Previdência, por Carlos Gabas, atual ministro da pasta.
No Ministério de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, que será ocupado por Nilma Gomes, haverá três secretarias nacionais em vez de uma executiva. A de Política para Mulheres ficará com Eleonora Menicucci, atual ministra. A de Igualdade Racial ficará com Ronaldo Barros, atual secretário de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e a de Direitos Humanos terá Rogério Sottili, atual secretário municipal adjunto de Direitos Humanos de São Paulo.

As mudanças no Ministério do Trabalho e da Previdência resultaram, também, na volta do PT ao comando da pasta. Três lideranças com origem no movimento sindical foram ministros de Lula: Jaques Wagner (2003), Ricardo Berzoini (2004-2005) e Luiz Marinho (2005-2007). Desde 2007, o órgão está sob influência do PDT. Naquele ano, Carlos Lupi assumiu no lugar de Marinho. Agora, Manoel Dias, pedetista e brizolista histórico, e que havia sucedido Brizola Neto, deixa o ministério. Em sua gestão, houve pressões para retirada do secretário de Relações do Trabalho, o cutista Manoel Messias, e também do economista Paul Singer da Secretaria Nacional de Economia Solidária. Singer ocupa a secretaria desde a sua criação, em junho de 2003.
Já o gaúcho Rossetto é um dos fundadores do PT e da CUT. E Feijóo tem origem sindical: foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT de São Paulo. Na CUT nacional, ocupou a vice-presidência e a secretaria-geral.
Nos dias que antecederam a reforma, centrais sindicais manifestaram descontentamento com a notícia da fusão entre Trabalho e Previdência – que agora se consolida –, falando inclusive em retrocesso. Surgido em 1930 como Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, passou por várias mudanças. Em 1990 (governo Fernando Collor), por exemplo, tornou-se justamente Ministério do Trabalho e da Previdência, mudando dois anos para Ministério do Trabalho e da Administração Federal e, quase em seguida, para Ministério do Trabalho. Em 1999, tornou-se Ministério do Trabalho e Emprego, denominação que agora muda novamente.

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