Combatentes cristãos desertam de grupo curdo anti-ISIS, porque Os curdos são anti-ISIS, sim, mas... eles são comunistas!
Adam Weinstein | ||
Traduzido por Coletivo de tradutores Vila Vudu |
Não é qualquer um/uma que deixa tudo e alista-se num grupo de combatentes estrangeiros para lutar contra os brutos teocráticos do Estado Islâmico. Mas é preciso ser ainda mais especial, para dar-se conta, quase sempre um pouco tarde demais, que o grupo anti-ISIS escolhido tem ideologia política e religiosa tão diferente e oposta à sua, quanto a do ISIS.
Em meses recentes, a mídia-empresa vive um caso de amor com norte-americanos, britânicos, australianos e outros ocidentais que se estão alistando nas forças de campo curdas para combater contra o ISIS. Mas nem tudo são rosas no oeste do Curdistão.Segundo Jonathan Krohn da AFP, muitos dos combatentes ocidentais mais motivados e entusiasmados são cruzados cristãos, decididos a derrotar os exércitos de Maomé. Mas eles rapidamente desistem da empreitada, quando se dão conta de que estão combatendo ao lado de comunistas curdos ateus: Um veterano que deixou há sete anos o exército dos EUA, de nome Scott, disse que estava planejando unir-se aos curdos do partido "Unidades de Proteção Popular", YPG, que têm base na Síria, até descobrir que "não passam de um bando de Vermelhos sujos".De fato, o YPG é o braço armado do Partido da União Democrática Curda na Síria, que apoia o Partido dos Trabalhadores do Curdistão Turco, que os EUA listam entre os grupos terroristas e que até recentemente tinham o projeto de instalar estado marxista-leninista no Curdistão. Em resposta, escreve Krohn, muitos daqueles ocidentais fiéis odiadores do ISIS – inclusive um veterano, texano, portador da Doença da Síndrome Pós-Traumática, que "que não conseguiu adaptar-se à vida em tempo de paz, estão agora se alistando a outro grupo que lhes parece mais amigável: os Dwekh Nawsha, milícia que reúne cristãos e cujo nome, em língua assíria, significa autossacrifício." Aqui estão algumas imagens de propaganda da página Facebook do Dwekh Nawsha: Os ocidentais alistados na milícia Dwekh são liderados por um norte-americano, 28 anos, conhecido como "Brett", que foi convertido em queridinho da mídia e celebridade instantânea –, e já foi citado recentemente por Krohn (AFP), pela Reuters, pela rede ABC, e no blog Daily Beast, dentre outros veículos. A seguir, a muito elogiosa apresentação que lhe fez ABC News: Tem 28 anos. Nascido e criado em Detroit. Veterano do exército dos EUA. Hoje, se autodescreve como "Soldado de Cristo" e está de volta ao Iraque, combatendo contra oISIS nas linhas de frente. "Brett" Jordan Matson, ex-soldado dos EUA, que aparece nos cartazes como imagem dos combatentes estrangeiros do YPG, disse que alguns daqueles voluntários perderam a confiança, quando confrontados com a intensidade dos combates em Kobane.Por um lado, Matson tem razão: os combatentes do YPG participaram de ação especialmente muito violenta. Por outro lado, seus comentários mostram paroquialismo preocupante entre os vários grupos que combatem contra o ISIS: a milícia Dwekh Nawsha combate em primeiro lugar em nome dos Cristãos Assírios; o YPG combate pelos socialistas curdos na Turquia e na Síria; o exército Peshmerga curdo está dividido entre apoiadores do Partido Democrático Curdo e partidários da União Patriótica do Curdistão; o que resta do exército iraquiano são quase todos xiitas, mas são atacados por milícias xiitas independentes, algumas apoiadas pelo Irã. Nesse caldeirão de ideologias, é difícil ver de onde sairá alguma resistência unificada efetiva, que ainda não se constituiu, mesmo na luta contra inimigo universalmente odiado, como é o ISIS. Mesmo se os degoladores do Estado Islâmico forem despachados, pouco haverá que una entre eles turcos, sírios, curdos e vários iraquianos. Mas há muito para encorajar neo-oportunistas a continuar a explorar as divisões religiosas e étnicas que os separam. Muito obrigado a Tlaxcala Fonte: http://fortressamerica.gawker.com/christian-fighters-abandon-anti-isis-kurd-group-because-1687800274 Data de publicação do artigo original: 27/02/2015 URL deste artigo: http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=16115 |
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