Lula: "não podemos temer a crise, ou perderemos o que conquistamos"
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
"Descobri que muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de renda. Pouco dinheiro na mão de muitos é distribuição de renda", assim Lula abriu o 3º Congresso Internacional de Responsabilidade Social, nesta quinta-feira (10), em Buenos Aires, Argentina, do qual participou pela segunda vez. Em 2013, o ex-presidente participou também da primeira edição do encontro.
Em seu discurso, Lula falou sobre a priorização das políticas sociais durante seu governo. "Fizemos com que a política social fosse um ato de responsabilidade do governo. Eu não tinha uma tese para governar, tinha um projeto: melhorar a vida dos mais humildes". E enfatizou que foi um conjunto de politicas sociais que “elevou o padrão de vida dos brasileiros”.
O ex-presidente se emocionou ao falar sobre a igualdade social que buscou em seu governo, “acabou o tempo que o filho do pedreiro tinha que ser pedreiro. Queremos ter o direito de colocar a filha da empregada doméstica na mesma escola da filha da patroa”, e completou: “a obra não está acabada. Está apenas começando, pois não pudemos resolver os desmandos de 500 anos”.
Sobre o investimento em educação, o ex-presidente afirmou que "não tem investimento que traga retorno mais imediato que o investimento em educação". Lula lembrou que desde 2003 já são mais de um milhão e meio de jovens nas universidades. E observou que: “Argentina e Brasil serão muito mais ricos quando estivermos importando soja e exportando inteligência, exportando conhecimento”.
A retomada do crescimento econômico também foi citada pelo ex-presidente, que reforçou a relação bilateral: "Não existe hipótese para Brasil e Argentina crescerem se eles não forem cada vez mais parceiros". Lula disse ainda que se “Brasil e Argentina derem certo a América do Sul inteira vai dar certo, temos essa responsabilidade”.
A crise econômica mundial também foi citada por Lula, que considera importante perceber que a “América do Sul não pode temer a crise. Se tomarmos atitudes erradas, corremos o risco de perder o que conquistamos". O ex-presidente reforçou que é uma crise mundial e que "quando a gente está em crise não é hora de ficar desesperado, é hora de pensar no que não foi feito ainda".
Lula aproveitou a oportunidade para mandar uma mensagem ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e para o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para que “sentem em uma mesa e negociem a paz”. E salientou: “a melhor solução para Colômbia e Venezuela é encontrar uma solução amigável".
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