Fernando Brito: O tucano de estimação de Alckmin é o maior “blogueiro sujo” do Brasil?

caviar

Já sei o que vou propor no próximo encontro do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Vou sugerir  a eleição de João Dória Júnior, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, como nosso presidente honorário (com o devido perdão pelo uso do adjetivo).

Assim, paramos de sofrer com dois problemas: sermos acusados de enriquecer (pausa para gargalhar) com anúncios do governo e com a escassez completa de anunciantes, que abundam nas publicações do promoter Dória e seus eventos “papa-fina” em Comandatuba.


fotodoriaNão seríamos acusados de favorecimento político, pois  tudo seria totalmente impessoal e “técnico”, pois nada tem a ver com a sustentação tucana da candidatura de Dória à Prefeitura de São Paulo, como você pode ver na foto do seutwitter, sob o modesto apelo de que é “um time forte para uma nova história”. (Depois do estrondoso sucesso como chefe da delegação da Seleção Brasileira na Copa América, Dória não devia usar a palavra “time”, não é?).


E vai ser uma eleição merecida pelos “blogueiros sujos”, que – mesmo quando arrumamos um anunciozinho, perto dele somos uns “porqueras”. Pois, como mostra hoje reportagem da Folha – daquelas do tipo “uma no cravo, trinta na ferradura” – Dória “papou” R$ 501 mil por um anúncio na revista (repare o nome) Caviar Lyfestyle, publicação “doriana”,  para ressaltar a importância da água.

Não, não é da água Perrier. É daquela que falta nas torneiras paulistas e que vem branquinha de cloro na hora em que volta.


Estou pensando em fechar o Tijolaço e abrir o Feijão&Arroz Lifestyle e ver se Alckmin me dá um anúncio destes.

Afinal, o Tijolaço tem mais acessos até o meio-dia de cada uma das voltas que a Terra dá do que a Caviar Lifestyle tem em um ano, que é a periodicidade das edições. Ou seja, nem tem custos fixos, é montada à base de frilas e de tarefa

Nem precisa ser de R$ 500 mil, não, com R$ 5 mil eu já “lamberia os beiços”.

E faço todo dia um “publieditorial” sobre as obras de Alckmin para o abastecimento hídrico de São Paulo.

É tão pouco que não vai dar quase trabalho.

Já prometo, para o primeiro número, um especial sobre as gambiarras instaladas para chupar o fundo lamacento das represas.

Ou será que Alckmin preferiria uma “reportagem” mostrando que apesar dos temporais de setembro, São Paulo está com menos água que há um mês? Que o maior dos reservatórios, o Jaguari-Jacareí, estava, em 11 de setembro de 2014 com um nível de 816,94  metros  e  anteontem estava  a 810, 79 metros,  seis metros abaixo?

Tudo ilustrado com o lamaçal que se tornou o  Cantareira, ou com os tocos secos que brotam das represas do Alto Tietê.

Se quiser, ainda dou de brinde uma promoção, para os leitores escolherem qual o dirigente paulista que merece integrar o Hall of ‘Lame': o próprio Governador, a ex-presidente da Sabesp Dilma Pena, ou aquele diretor da empresa que disse para o pessoal ir tomar banho em Santos…

doria1E não vou ser ingrato com meu inspirador. Ofereço, pela ideia que me deu Dória Jr., anúncios gratuitos de cada uma de suas dez empresas, as nove do quadro aí ao lado e mais a Dória Associados. que não parece nesta lista da Junta Comercial do Estado de São Paulo.

Todas dele e dele mesmo, com a participação – em várias delas – da Max Marketing e Produções, da qual é o único sócio  e que desde 1990 sofre alterações na sua finalidade que só mesmo um gênio de ecletismo seria capaz de realizar.

Já registrou na Junta Comercial, desde então, que a empresa se destinava à compra e venda de imóveis, auditorias financeiras, serviços de advocacia, consultoria, publicidade, editoração  de livros e manuais científicos, didáticos, literários, etc, atividades de rádio,atividades de televisão aberta, gestão de propriedades imobiliárias e até mesmo uma curiosíssima, objeto de alteração contratual registrada na Jucesp em 16 de maio de 1997:

“Alteração da atividade econômica/ Objeto Social da Sede para comércio varejista de produtos saneantes domissanitários”.

Prova maior de que tudo deve ser “limpinho” não poderia haver.

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