Ministro Levy, o lucro dos bancos não é “sexy e divertido”?

5 de agosto de 2015 | 14:06 Autor: Fernando Brito
levy
Diz o Valor que “o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez hoje um discurso mais direto em defesa da presidente Dilma Rousseff e do ajuste fiscal” ,afirmando que o governo e a presidente estão assumindo um risco de popularidade para tomar medidas que “são necessárias para o país voltar a crescer”.
Não há dúvidas que melhorar a situação das finanças públicas leva a incorrer, necessariamente, em restrições nada simpáticas, exatamente como disse Levy, ao falar que “as medidas não são sexy nem divertidas, mas que precisam ser tomadas”.
Mas seria bom que o Ministro apontasse onde foi que, até agora, não foram “sexies” ou “divertidas” para os grupos financeiros.
Será que o Itaú e o Bradesco não acharam “sexy e divertido” terem apresentado, no segundo trimestre de 2015, crescimento de 23,3% 18,4%, respectivamente, eu seus lucros?

Parte deles, claro, vem de auferirem como nunca ganhos brutais com a elevação das taxas públicas de juros, que elevam o endividamento do país, refreiam a atividade econômica e contraem ainda mais o consumo popular, pelo encarecimento do crédito ao consumidor.
Mas foram e estão sendo parte do desgaste sofrido pela Presidenta Dilma Rousseff.
Principalmente porque, ao lado do fracasso em votar as desonerações tributarias, a recuperação de ativos brasileiros no exterior e a ausência de projetos tributando capitais e fortunas gigantescas, sobrou-lhe o papel de vetar o saco de “bondades” que, rapidamente, Eduardo Cunha e Renan Calheiros providenciaram para ampliar as despesas públicas. Providenciaram e providenciam, como na “bomba” de estréia da tal “pauta-bomba”.
A população precisa saber da finalidade do ajusto e não, como afirmou o ministro, que “não adianta falar em agenda  pós-­ajuste se o ajuste não estiver completo”. Não, ministro, não se pode dizer ao povo “vem comigo, que depois te conto”, sobretudo quando se trata de ir ao sacrifício.

Comentários