Evo Morales alerta sobre ofensiva contra governos progressistas.


 Buenos Aires, 17 ago (Prensa Latina)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, alertou que está em marcha hoje uma campanha contra os governos populares e progressistas da América do Sul, em uma entrevista publicada pelo jornal Página 12.

Nela expressou sua preocupação pela "ofensiva contra os governos anti-imperialistas" que acontece através dos ataques de fundos abutres contra a Argentina, os movimentos golpistas na Venezuela e as operações opositoras contra a presidenta brasileira, Dilma Rousseff.

Sobre o particular aprofunda que agora não podem fazer golpes de Estado militares, tampouco conspirações do império norte-americano, "mas sinto que há outras formas de agressão política, como as chantagens e os condicionamentos à Venezuela".

Na Argentina, por exemplo, o litígio dos fundos abutres é uma agressão econômica, afirmou e advertiu que, "quando um governo anti-imperialista é sólido, querem destroçar pelo lado econômico".


Diante dessa situação destacou que "o trabalho conjunto da região é importante. E quando não podem nem militar nem economicamente, fazem um golpe político como contra (Fernando) Lugo no Paraguai".

Morales opinou que "a agressão a Dilma é política, um golpe através do Congresso. E muito também depende de nossos movimentos sociais, e claro, sinto que o império quer tirar o patrimônio político do Partido dos Trabalhadores".

"Já não é só contra Dilma, também contra Lula. Usam o tema da corrupção", avaliou.

A uma pergunta sobre se os Estados Unidos estão por trás dessa ofensiva, afirmou: "É muito claro com a Venezuela. E os fundos abutres de onde vêm? Os fundos abutres têm suas estruturas econômicas para chantagear-nos nos Estados Unidos".

Em suas declarações elogiou Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner e Hugo Chávez, por terem dignificado a América Latina. Comparou a Bolívia instável e a Bolívia de agora. Morales chegou à presidência em janeiro de 2006 e foi eleito pela terceira vez em outubro do ano passado. Em uma década, a extrema pobreza baixou de 38,3 por cento a 17,8 por cento.

Recordou também que após participar das eleições de 2002 visitou Cuba e perguntou a Fidel Castro o que devia fazer para liderar uma revolução na Bolívia.

"Eu esperava que me dissesse que tinha que combater com armas. Mas toda a noite me falou de saúde, educação, responsabilidade do Estado", lembrou.

Também disse que quando era líder sindical acompanhou Diego Armando Maradona, em Mar del Plata, na Cúpula das Américas (2005). "Estivemos em formosos atos com Lula, Chávez, Fidel e Kirchner, foram momentos de minha preparação como presidente, momentos de aprendizagem e fortaleza".

ro/mh/es
Modificado el ( lunes, 17 de agosto de 2015 )

Comentários