Diálogo é prioridade das mulheres trabalhadoras das Centrais

Fórum das Centrais Sindicais se reúne para organizar agenda positiva para 2º semestre


Reunião do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais

“Neste momento político no Brasil temos que reafirmar a luta das mulheres e uma agenda positiva, questionando essa sociedade machista e patriarcal”, disse a Secretária de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Silva, no início da reunião do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais.
O Fórum, do qual a CUT faz parte, esteve reunido nesta segunda (17), na sede da entidade, em São Paulo, para discutir a agenda das mulheres trabalhadoras do 2º semestre de 2015.
Além da CUT, estavam presentes: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Foram discutidos vários assuntos, a começar pela conjuntura política do país.

Para Marcia Regina Viotto, da CTB, a conjuntura é preocupante e temos que reafirmar que não aceitaremos golpe contra democracia e frisou que as manifestações, como a de ontem, têm caráter sexista, de classe e de cor.
Eleuza de Cássia Bufelli, da UGT, afirmou a importância de pautar a desigualdade salarial, como eixo da violência contra a mulher. Já Maria Auxiliadora dos Santos, da Força Sindical, destacou a dificuldade de falar sobre a participação das mulheres num ambiente sindical machista.
Na opinião das mulheres, o diálogo, em todas as esferas, será necessário e prioritário nas ações políticas do próximo semestre.
Diálogo com o governo sobre as políticas públicas para as mulheres, com igualdade de oportunidades, como creches públicas e ensino integral para jovens e adolescentes. Um debate de regulamentação das convenções 111, que não tenha discriminação nos locais de trabalho e que as mulheres recebam as mesmas oportunidade, e a 100, que iguala os salários entre homens e mulheres. E uma participação das centrais nas conferências de mulheres que acontecem em todo o país.
Diálogo com a sociedade através de campanhas para divulgar a convenção 156, que trata a igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares. E a participação das mulheres nos 16 dias de ativismo, campanha mundial com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres.
“Um tipo de violência que é praticado cotidianamente na vida das mulheres trabalhadoras é a diferença salarial. Nós consideramos como uma violência, não só a violência física, mas também quando discrimina as mulheres na forma desigual de remunerar as trabalhadoras”, destaca Rosane.
E o diálogo com a base, na construção conjunta de clausulas comuns para as mulheres nas negociações coletivas. “A ideia é que a gente possa preparar as mulheres para as negociações e na construção de uma pauta comum das centrais sindicais, porque a discriminação do trabalho é igual para todas nós. Ter uma pauta comum não só demonstra a nossa unidade, mas demonstra nosso poder de organização das mulheres trabalhadoras”, finaliza a secretária.

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