Carlinhos Metralha, acusado de participar de chacina na ditadura, “tirou fotos, deu beijos e abraços” na Paulista

publicado em 18 de agosto de 2015 - no Viomundo
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Trecho do relatório final da Comissão Nacional da Verdade sobre Carlinhos Metralha:
Carlos Alberto Augusto (1944-) Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), sendo conhecido como “Carteira Preta” e “Carlinhos Metralha”. Integrou a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Convocado para prestar depoimento à CNV, não foi localizado. Vítimas relacionadas: Carlos Marighella (1969); Eduardo Collen Leite (1970); Antônio Pinheiro Salles e Devanir José de Carvalho (1971); Soledad Barrett Viedma, Pauline Reichstul, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva, Eudaldo Gomes, Evaldo Luiz Ferreira de Souza e Edgard de Aquino Duarte (1973).

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por Conceição Lemes
“Carlinhos Metralha não foi apenas torturador, ele é acusado de participar do Massacre da Chácara São Bento”, denuncia o ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT), que presidiu a Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de SP (Alesp). “Na chacina, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram assassinados, entre os quais Soledade Barret, grávida do cabo Anselmo.”
Isso aconteceu em Paulista, interior de Pernambuco, em 8 de janeiro de 1973.
Anselmo havia se tornado colaborador da ditadura. Infiltrado na VPR, ele levou o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS paulista, até a chácara, onde o grupo foi emboscado e assassinado.
Na época, Carlos Alberto Augusto, o  Carlinhos Metralha como é conhecido, era o braço direito de Fleury no Dops.
Fleury e Carlinhos Metralha  são dois dos nomes citados no relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que os apontaram entre os 377 responsáveis diretos ou indiretos pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Em 12 de dezembro de 2014, Metralha  interrompeu o lançamento do livro A Casa da Vovó, do jornalista Marcelo Godoy, na Alesp.  No livro, Godoy retrata sequestros e tortura durante o período da ditadura militar.
O ex-agente da ditadura pediu a palavra e o então deputado Adriano Diogo cedeu-a.
Vale a pena conferir os dois vídeos abaixo.O primeiro é da discussão entre Carlinhos Metralha e o jornalista Marcelo Godoy. O segundo, ele na manifestação de março deste ano. São bem reveladores de quem são os “heróis” dos manifestantes que querem o impeachment de Dilma e do que vai na cabeça deles.

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