Revista dos EUA incita campanha contra presidenta argentina

Imagen activaBuenos Aires, 14 jul (Prensa Latina) A revista norte-americana The New Yorker em sua edição desta semana soma-se à campanha para denegrir a presidenta argentina, Cristina Fernández, reavivando o caso do promotor Alberto Nisman.
Em um extenso artigo, um de seus repórteres estrelas Dexter Filkins exalta a figura do falecido Nisman, e na capa da publicação abre o questionamento se o executivo argentino teve algum envolvimento na morte do fiscal.

Inclusive, a montagem fotográfica é eloquente mostra da intenção de tentar denegrir Cristina Fernández, quando esta termina seu mandato com a mais alta popularidade que um presidente teve em tempos de democracia na Argentina.

O desenho apresenta três imagens em branco e preto no qual se nota uma clara manipulação da mensagem gráfica.

A foto da direita é uma grande do rosto do falecido, e duas pequenas a sua esquerda, a de acima é uma instantânea de arquivo da destruição da associação judia AMIA e a de baixo uma da Presidenta falando na ONU.

Mas na composição gráfica essa foto é circulada em tinta vermelha, como em vermelho estão as letras em torno de sua imagem, em clara alusão de que está rodeada de sangue.

A grande manchete de capa não pode ser mais alusivo à tese que desenvolverá o articulista: "Uma conspiração mortal em Buenos Aires? Alberto Nisman acusou Irã e Argentina de operar secreta e ilegalmente para enterrar um ataque terrorista. Isto pode tê-lo matado".

"É o típico artigo na imprensa estadunidense; bem escrito e que usa alguns elementos da realidade para distorcer essa própria realidade e gerar um estado de opinião", opinou a pesquisadora política argentina Stella Calloni.

É marcante também o momento em que sai, a três semanas e meia das eleições primárias e a três de que comece o esperado julgamento pela ocultação no atentado contra a AMIA tão solicitado pelos familiares das vítimas e que tanto defendeu a Presidenta.

Além disso, a saída nos Estados Unidos da nova edição na segunda-feira coincidiu na Argentina com a ação do juiz Claudio Bonadio, notório por impulsionar casos contra o Executivo, de reavivar a suposta causa de lavagem de dinheiro contra Máximo Kirchner e sua mãe, a presidenta.

Igualmente, circula no momento de novas negociações das potências ocidentais com o Irã para concretizar um discutido acordo nuclear que dissipe o clima de tensão internacional.

Conclui-se que o trabalho é também um ataque ao Irã, com referências contra Venezuela, em sintonia com outras notas que têm saído na imprensa hegemônica que responde aos círculos políticos opostos a um êxito desses diálogos, considera o acadêmico Oscar Natalich.

Em relação ao eixo central do artigo, a morte de Nisman, Filkins além de tergiversar sobre a Presidenta sobre esse fato, centra-se em citar conhecidos opositores ao Governo, mas ignora, por exemplo, os argumentos dos três juízes que invalidaram a denúncia de Nisman.

De fato, esses três pareceres que anularam a acusação por insuficiência de provas, evidencia falsidade e inconsistência jurídica colocando por terra a própria tese do artigo de Filkins, sustenta Natalich, diretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais.

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Modificado el ( martes, 14 de julio de 2015 

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