Presidenta Dilma: Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul

Presidente posam para foto oficial no encerramento da Cúpula do Mercosul em Brasília
Presidentes da região do Mercosul querem manter normalidade democrática e evitar atitudes que incitem a violência, afirma Dilma. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
SELO_MERCOSUL-02 (1)A presidenta Dilma Rousseff destacou nesta sexta-feira (17), na abertura da Sessão Plenária da Cúpula do Mercosul, que a democracia que hoje prevalece nos países do bloco deve ser respeitada e mantida. “Somos uma região que sofreu muito com as ditaduras. Hoje somos uma região onde a democracia floresce e amadurece. No ano passado, tivemos eleições gerais no Uruguai e no Brasil. Este ano, é a vez da Argentina e da Venezuela”, citou.
A regularidade e periodicidade dessas eleições, enfatizou, demonstra a capacidade de lidar com diferenças políticas por meio do diálogo, do respeito às instituições e da participação cidadã.“Temos de persistir neste caminho, evitando atitudes que acirrem disputas e incitem a violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul, na nossa região”.

MultilateralismoSegundo Dilma Rousseff, o compromisso com a democracia reflete-se, também, no posicionamento assumido nos diversos fóruns multilaterais dos quais esses países participam. “Privilegiamos a solução pacífica de controvérsias. Promovemos e defendemos os direitos humanos, trabalhamos em prol do multilateralismo e defendemos a democratização das instituições de governança global, tanto políticas, quanto econômicas, para que recuperem sua representatividade, legitimidade e eficácia, dado o tempo histórico que passou desde as suas constituições”.
É essa determinação dos governos locais de trabalhar pela integração que permite haver hoje uma região marcada pela paz, pela democracia e pela cooperação, acrescentou. “E todos nós queremos que ela assim permaneça”, reforçou.
Patrimônio cultural comum e direitos sociais
A presidenta da República acrescentou que a integração regional deve apoiar-se, também, no reconhecimento do patrimônio cultural comum. “Nesse semestre conferimos o título de Patrimônio Cultural do Mercosul à Ponte Internacional Barão de Mauá, entre as cidades de Jaguarão e Rio Branco. A construção dessa obra, nos anos 1920, foi precursora das atuais políticas de integração física regional”.
No campo social, o Mercosul também conseguiu avanços importantes, como a nova Declaração Sócio- Laboral aprovada nesta reunião, que reafirmou o compromisso do bloco com os direitos sociais.  “A declaração fortalece o emprego e o trabalho decente como base de um processo de integração regional. Fortalece, igualmente, a negociação coletiva, a organização sindical e condiciona a participação de empresas nos projetos financiados pelo bloco, à observância dos preceitos ali estabelecidos”.
 Dilma lembrou que a consolidação da reunião de autoridades dos povos indígenas e a criação da reunião de autoridades sobre direitos das populações afrodescendentes do Mercosul abre espaços privilegiados para formular políticas comuns em benefício dos originários e da luta contra a discriminação racial e a intolerância.
Saúde e segurança da redeNa área da saúde, foram celebrados acordos com a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), para desenvolvimento de projetos sobre atenção primária à saúde e doenças transmissíveis. “Essas realizações, em linha com o Plano Estratégico de Ação Social e o Estatuto da Cidadania, ambos aprovados em 2010”.
A presidenta apontou que a Declaração Sócio-Laboral renovada neste ano, fortalece a comunidade cidadã regional. “Uma comunidade que circula cada vez mais livremente entre os nossos países e [que] goza de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários”, disse a presidenta.
Outra iniciativa a ser citada foi a celebração da primeira reunião de autoridades sobre privacidade, segurança da informação do Mercosul. “Levamos a cabo políticas comuns na área de segurança cibernética e privacidade. Nós não abrimos mão da segurança digital dos nossos cidadãos”, garantiu Dilma Rousseff.

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