Na sétima alta seguida, Copom leva juros a 14,25%, maior nível em nove anos

Segundo o BC, a manutenção da taxa básica nesse patamar é necessária para que a inflação atinja a meta no final de 2016.
por Redação RBA publicado 29/07/2015 21:05, última modificação 29/07/2015 21:09
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Em pouco mais de dois anos, a elevação soma sete pontos percentuais
São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mais uma vez confirmou as expectativas e promoveu hoje (29) novo aumento da taxa básica de juros, o sétimo seguido, em meio ponto percentual, para 14,25% ao ano. É o maior nível em nove anos (estava em 14,75% em julho de 2006).
A decisão, mais uma vez, foi unânime e sem viés. "O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", afirma nota divulgada pelo Copom ao final da reunião, às 21h04.

Já esperada, a alta foi objeto de protesto das centrais sindicais, ontem, em Brasília e em São Paulo. "Essa política derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico futuro", afirmam CSB, CTB, CUT, Força, Nova Central e UGT.
O último recuo da Selic ocorreu em outubro de 2012, quando a taxa básica passou de 7,50% para 7,25%, seu menor nível histórico, mantido por três reuniões, até março de 2013. Desde então, o Copom inverteu a tendência e iniciou um ciclo de altas, que pode não ter acabado ainda. Em pouco mais de dois anos, a elevação soma sete pontos percentuais.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) já divulgava à tarde mensagem de repúdio pela provável elevação da Selic, o que se confirmou à noite. "No atual cenário, a alta dos juros significa mais um duro golpe e uma verdadeira catástrofe para o já combalido setor produtivo, justamente em um momento que o país necessita de mais e não menos investimentos, para que a economia brasileira possa dar sinais de retomada e evitar um mergulho na recessão, com consequente fechamento de centenas de milhares de postos de trabalho", diz o presidente do Conselho de Administração da Abimaq e do Sindmaq (o sindicato do setor), Carlos Pastoriza.
"Estamos convictos de que há outros mecanismos para combater a inflação, enquanto o aumento da Selic, além de considerarmos não ser o instrumento mais eficaz, traz efeitos colaterais extremamente danosos, e talvez irreversíveis, para o setor produtivo, justamente em um momento que o país tanto necessita dar respostas para não perder as conquistas sociais obtidas ao longo dos últimos anos", acrescenta a Abimaq.

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