Fernando Brito: Após Cunha, a vez de Renan

20 de julho de 2015 | 05:16 Autor: Fernando Brito
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O vídeo que Renan Calheiros fez divulgar, “chutando o balde” em relação às propostas – a esta altura mortas e insepultas – de ajuste fiscal do Ministro Joaquim Levy é, como se dizia nos meus tempos de rapaz, “a maior bandeira”.
Sinal que já espera, sem mais delongas, uma ação semelhante à que se abateu, semana passada, sobre outros senadores investigados pela Procuradoria Geral da República que são acusados de manter “esquemas” em negócios conduzidos por seus apadrinhados na Petrobras.
O recado foi claro: que o Governo não espere aprovar nenhuma medida econômica no Senado, então.

Não era do interesse de Renan atrelar seu destino ao de Eduardo Cunha, ao contrário.
Se não estivesse na iminência de ser atirado em lama igual, o ladino senador iria servir-se das declarações de guerra de Eduardo Cunha para tornar-se o interlocutor possível do governo no Congresso.
Mas não pode agir diferente do que agiu.
A crise institucional que tomou conta do Brasil não chegou ainda ao seu ápice, embora pudesser ser o ápice, em qualquer parte do mundo, ter-se os presidentes da Câmara e do Senado pessoal e diretamente envolvidos em achaques.
E nem mesmo são recursos para campanhas políticas, são embolsos pessoais, à margem dos partidos.
Embora a leitura da maioria seja a de que Dilma se beneficia do enfraquecimento de ambos, é também igualmente verdade que seu governo, que já não conseguia fazer andar nem mesmo uma pauta conservadora como a do ajuste fiscal, está virtualmente imobilizado.
A política está sendo ditada pelas ações policiais e isso jamais deu boa coisa.

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