Caiado: Cunha presidente, já; Aécio, depois. E se Cunha vota a “Emenda Gota D’Água” e fica?
4 de julho de 2015 | 09:56 Autor: Fernando Brito
Reinaldo Azevedo não está mais só na Folha.
Ganha, a partir de hoje, a companhia de Ronaldo Caiado que estréia já em grande estilo golpista, defendendo uma nova eleição presidencial.
Pra, diz ele, “tirar o país da crise e promover uma correção de rumos”.
Política, simplesmente, envolta em julgamento de contas que é político.
O líder do PSDB, Cassio Cunha Lima – cassado três vezes (!!!) por desvio no uso de verbas oficiais e que só ocupa uma cadeira no Senado porque o STF decidiu que ser condenado antes da Lei da Ficha Limpa não vale – diz que no segundo semestre “haverá o julgamento que poderá cassar o diploma da presidente Dilma e do vice Michel Temer”.
A depender dos novos “campeões da ética”, Eduardo Cunha será, por 90 dias, 90 dias, Presidente da República.
Chefe da Nação, com direito não apenas às continências militares, mas dono de todos os ministérios, cargos e contratos no Governo e nas estatais.
Azeite aos barris para “wmwndas aglutinativas”…
Pelas demonstrações dos métodos deste senhor, alguém duvida que é tempo de sobra para que ele ponha em votação uma emenda instituindo o parlamentarismo?
Portanto, sua permanência ad æternum no comando do país, porque a reeleição só tem limites para cargos executivos, não para mandatos parlamentares.
Casuísmo personalista?
Não, não é?
Afinal, Cunha tomou a providência de assinalar, na mesma Folha, que era a favor do parlamentarismo ao final do mandato de Dilma (portanto…) e é capaz de até propor um referendo imediato para a decisão, no qual sairá vencedor “o homem que mandou os trombadinhas para a cana dura”…
A ficha de Cunha seria um peso? Limpinha, com um comando fascista na Polícia Federal, Rodrigo Janot destituído e Sérgio Moro ganhando o prêmio “isso não vem ao caso”.
No dia seguinte ao novo e maravilhoso quadro que “restaura a moralidade” no Brasil, um deputado obscuro – talvez como o ofício da chantagem, digitada no gabinete do próprio Cunha – apresentará a Emenda Gota D’Água, assim batizada em homenagem – cruel e revel – a Chico Buarque e sua Medeia:
“Pra mim/Basta um dia/Não mais que um dia/Um meio dia/Me dá/Só um dia/E eu faço desatar/A minha fantasia”
Imaginação?
É só olhar o que acontece e veremos que que a Medeia parlamentar e seu caldeirão estão prontas a receber qualquer um em picadinho, inclusive os que pensam que sairão deles jovens e guapos de sua velhice histórica.
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