Negociadores africanos: acordo de livre comércio está pronto


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AFP 

Negociadores africanos estão prontos para assinar um acordo de comércio no Egito para criar um mercado comum em metade do continente.

A Zona Tripartida de Livre Comércio abrange 26 países e será divulgado em uma cúpula de chefes de Estado e governo nesta quarta-feira na cidade de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho.

O pacto tem como objetivo a criação de um quadro comum para tarifas preferenciais que facilitam a circulação de mercadorias entre os países-membros.

O acordo entre a Comunidade do Leste Africano, a Comunidade de Desenvolvimento Africano e o Mercado Comum da África Oriental e Austral criaria um mercado com uma população de 625 milhões e PIB de 1 trilhão de dólares.


"O negócio está completo e pronto para ser assinado pelos chefes de Estado na quarta-feira, disse em entrevista à AFP Peter Kiguta, diretor-geral da Comunidade do Leste Africano.

Ministros do Comércio e negociadores reunidos na cidade desde domingo trabalharam nos detalhes finais, que incluem o gerenciamento de disputas e a proteção de pequenas empresas, disse Kiguta.

"Todas as questões foram resolvidas. Alguns aspectos técnicos permanecem, mas o total do acordo está completo" acrescentou.

O ministro da indústria e comércio do Egito, Mounir Fakhri Abdel Nour, disse que o acordo será um "passo monumental" para o continente.

"Vai criar uma África unida", ele disse aos negociadores. "Além disso vai promover a produção e agregar valor aos nossos recursos."

O acordo ainda precisa ser ratificado pelo parlamento nacional, e essas aprovações serão tomadas no prazo de dois anos.

"Mas esse esforço é mais simples em comparação ao esforço para a elaboração do documento", disse Kiguta.

"O acordo é um grande passo para alcançar o sonho do continente... vai ajudar no fortalecimento de nosso poder de barganha, criando empregos e elevando os padrões de produção."

Os negociadores disseram que quando a zona tripartida foi implementada com sucesso acabaria por fazer uma fusão dos três blocos econômicos, mas os acordos bilaterais entre os países vão continuar.

A zona foi bem recebida para os líderes econômicos mundiais, e os especialistas apontam que apenas 12% do comércio no continente ocorre entre países africanos.

Os membros dos três blocos econômicos variam de economias relativamente desenvolvidas como África do Sul e Egito até países como Angola, Etiópia e Moçambique, que são vistos como tendo grande potencial de crescimento.

O comércio entre os três blocos, no entanto, cresceu mais de três vezes na última década, alcançando 102,6 bilhões de dólares em 2014.

A Zona Tripartida de Livre Comércio fornece um mecanismo para identificação, comunicação, monitoração e eliminação de barreiras não-tarifárias, segundo os negociadores.

O acordo também visa aumentar a participação da África no comércio mundial, atualmente cerca de 2%, focando no desenvolvimento da indústria nos 26 países-membros.

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