Fernando Brito: Os terroristas “made in USA”

8 de junho de 2015 | 19:41 Autor: Fernando Brito
seal
“Eles tramaram missões mortíferas de bases secretas no interior da Somália. No Afeganistão, entraram em combate tão cerrado com adversários que emergiram cobertos de sangue alheio. Em ataques clandestinos na calada da noite, suas armas preferenciais variam de carabinas personalizadas a machadinhas de guerra indígenas. Em todo o mundo, eles operaram estações de espionagem disfarçadas de barcos comerciais, posaram como funcionários de companhias de fachada e operaram clandestinamente (…)”
Eles? Quem são eles, os militantes da Al Qaeda, o pessoal do Exército Islâmico, agentes chineses, cubanos, russos, s? Ou, quem sabe, “bolivarianos”?

Não, eles são os Seals, comandos de elite norte-americanos, retratados hoje pelo insuspeito The New York Times, reproduzido pela Folha, parcialmente, sem a presença de trechos onde o “Team 6″ – uma máquina de caçar homens – é acusado de assassinatos indiscriminados .
Como este:
“Aldeões afegãos e um comandante britânico acusaram os  Seals de matar indiscriminadamente homens, em um povoado; em 2009, os membros da equipe se juntaram à CIA e as forças paramilitares afegãs em um ataque que deixou um grupo de jovens mortos e tensões inflamadas entre as autoridades afegãs e da Otan . Mesmo um refém norte-americano, libertado em um resgate dramático, questionou por que os Seals mataram todos os seus captores.”
Ou este:
Dentro do Team 6, houve inicialmente dois grupos, chamados de “assalto azul” e “ouro”, duas das cores da Marinha (dos EUA). Os azuis usaram  a bandeira de piratas – conhecida como  Jolly Roger –  como insígnia e logo ganharam o apelido de “os Bad Boys in Blue”, acumulando prisões dirigirem embriagados, abusando de drogas e destruindo veículos em exercícios de treinamento, de forma impune”.
A hipocrisia mundial, que permite este tipo de ação clandestina de comandos em território estrangeiros, com carta-branca para condenar e executar quem quiserem, não se escandaliza com o fato de que os Estados Unidos ainda se arroguem o direito de fazer listas de “países que apoiam o terrorismo.
Seja porque eles próprios treinam e dão suporte, quando lhes interessa – caso de Bin Laden e dos sanguinários do “Isis” – seja porque despertam uma reação selvagemente igual e contrária, as ações encobertas – não apenas as de espionagem, mas de ação militar direta – dos norte-americanos são a maior e mais evidente violação das regras internacionais.
Quem tiver um inglês melhor que o meu, leia a matéria no NYT  e a extensão do que ela revela sobre os Seal, que não existem, “oficialmente”.
São de fazer Rambo ou Kim Jong-il, da Coreia do Norte, parecerem meninos.

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