China: duas abordagens sobre a cobertura “midiática” dos “Diálogos de Xangrilá”
Entreouvido no Quiosque do Chambão na Viva Vudu:Democracia “midiática” é isso! O resto é kamelismo & miriamleitonismo & sardenberguismos & friaszismos & civitismo & coisa e tal!:-D))))
5-6/6/2015, South China Morning Post
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Almirante Sun Jianguo nos "Diálogos de Xangrilá" |
Pequim impôs à imprensa estatal uma estratégia de propaganda em duas vias, para a cobertura do Fórum de Segurança em Cingapura semana passada: proibiu a cobertura midiática das tensões no Mar do Sul da China aos veículos editados em idioma chinês; e liberou os veículos publicados em idiomas estrangeiros.
Enquanto a mídia internacional dedicava-se às questões do Mar do Sul da China durante o Diálogo de Xangrilá, que se realiza de sexta-feira até domingo (5-7/6/2015), a mídia estatal publicada em idioma chinês recebeu ordem para nada discutir sobre tensões políticas, para não exacerbar o nacionalismo.
Foi ordem da mais alta cúpula, provavelmente do Comitê de Publicidade do Partido Comunista, não foi coisa interna, de nossa editoria – um jornalista disse à reportagem do South China Morning Post.
Mas jornalistas empregados de veículos da mídia estatal que publicam em idiomas estrangeiros não receberam qualquer instrução especial. Correspondentes estrangeiros e âncora de canais de televisão que transmitem em inglês puderam entrevistar delegados e especialistas de outros países.
Os coordenadores de publicidade e propaganda entendem que os chineses civis comuns, que assistem a canais de TV e leem jornais em chinês, podem ser facilmente manipuláveis e incitados ao nacionalismo. Por isso é que frequentemente os pontos principais da versão em inglês do Global Times podem ser muito diferentes dos da edição em chinês – disse Qiao Mu, decano do Centro para Estudos de Comunicação Internacional, da Universidade de Estudos Estrangeiros em Pequim
Tensões no Mar do Sul da China e tensões entre China e EUA subiram de tom em semanas recentes, desde que a CNN dos EUA noticiou que navios chineses haviam enviado sinal de alerta a um avião de reconhecimento dos EUA que sobrevoava o mar.
No primeiro dia do diálogo de Cingapura, Washington acusou a China de ter alocado peças móveis de artilharia numa ilha; e “exigiu” de Pequim “um alto imediato e duradouro” naquelas práticas. A “exigência” recebeu resposta dura do Ministro de Relações Exteriores da China.
Mas especialistas em relações sino-norte-americana disseram que, apesar da resposta dura, a delegação chinesa evitou tópicos mais sensíveis, como a resposta que a China pode decidir dar, se os EUA insistirem nos atos de provocação e nas ameaças de postar naves e aviões de guerra a 12 milhas náuticas das ilhas artificiais chinesas. Disseram que esses também são tópicos que podem elevar a temperatura do nacionalismo entre os chineses.
“Um Cinturão, Uma Estrada” (clique na legenda para aumentar) |
A delegação chinesa foi instruída a promover a estratégia chinesa para desenvolvimento de toda a região, “Um Cinturão, uma Estrada”, o que implica que agora interessa mais à China evitar temas conflitantes no Fórum – disse um especialista.
Huang Jing |
Pequim entende que o nacionalismo pode ser efetivo para promover o governo do Partido Comunista, enfatizando o fim do “século de humilhações” pelo qual a China passou. Mas nenhum nacionalismo pode conflitar com o espírito de integração regional que inspira a estratégia “Um Cinturão, uma Estrada” – disse o professor Huang Jing.
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