O misterioso assassinato de Bin Laden
14/5/2015, [*] John Gardner, ConsortiumNews
The Bin Laden Murder Mystery
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
No livro sem fim que estou escrevendo sobre a história da Região Norte-americana dos Grandes Lagos, um dos mais persistentes enigmas é a Pedra de Kensington. A Pedra é ou
Há muitas razões pelas quais se pode dizer que a pedra é pura farsa, inclusive anacronismos muito convincentemente demonstrados nos caracteres rúnicos – futmarks [lit. marcas de pés, pegadas], como dizem os arqueólogos – e a ausência de qualquer outro sinal que comprove que alguma expedição houve naquele período. Pela datação, sabe-se que nenhuma expedição viajaria até o outro lado do planeta sem o patrocínio oficial do rei Magnusson III, sobre cuja corte há documentação comparativamente farta. Além da alta implausibilidade de marinheiros nórdicos do período medieval terem chegado a ponto tão distante de qualquer mar.
Os aventureiros nórdicos eram homens intrépidos, que viajaram distâncias consideráveis, contornaram o Cabo Horn, é possível que tenham chegado à China. Mas de forma alguma se pode crer, por razões óbvias, que abandonariam seus barcos – a única conexão que os ligava ao mundo do qual partiram – para aventurar-se terra (tão) adentro. Diferente de Fernão de Magalhães, eles não sabiam construir os próprios barcos. Se os seus fossem destruídos, estariam perdidos para sempre.
A razão pela qual voto pela total implausibilidade da Pedra-runa de Kensington é mais simples que tudo isso. Por que 24 exploradores-soldados nórdicos, chegando de volta ao acampamento e encontrando todos os seus camaradas mortos ou esvaindo-se em sangue, dar-se-iam o trabalho de parar, esculpir um monumento em pedra e cobri-lo de sinais que, os próprios aventureiros sabiam que, com altíssima probabilidade, jamais seriam compreendidos, mesmo supondo que alguém, algum dia, encontrasse a pedra? É exigir demais de homens que, naquele momento só tinham tempo para cuidar de enterrar os mortos, e escafeder-se antes que os nativos voltassem.
A evidência oposta, porém, é igualmente estranha. Por que um fazendeiro sueco-norte-americano semianalfabeto participaria da tal farsa? E, se participou, como é possível que tenha construído farsa tão perfeita que atravessou os séculos? Como poderia ele
Aí está, pois, uma história com possível alta relevância histórica que é, simultaneamente, implausível e irrefutável. É exatamente o que me parece o novo discurso de Seymour Hersh sobre o assassinato de Bin Laden.
Por um lado, a história oficial sempre foi implausível. Quem, afinal, no planeta algum dia acreditou que Bin Laden estaria vivendo na Academia Militar de West Point do Paquistão, a 20 minutos de uma grande base militar onde agentes d’A hora mais escura costumavam treinar os guardas do arsenal nuclear do Paquistão; e que ele lá continuaria a viver, sem que ninguém, nem nas Forças Armadas nem nos Serviços Secretos do Paquistão de nada soubessem?
E, além do mais, quem poderia jamais acreditar que dois Blackhawks invadiriam o espaço aéreo do Paquistão, atacariam naquele local determinado e sairiam do Paquistão, sem que nenhuma segurança paquistanesa tomasse qualquer atitude...
... a menos que tenha havido, como Hersh afirma, colaboração efetiva e massiva com os militares e com o serviço secreto paquistanês?
Claro que a história oficial é implausível; e, se você para e pensa, a total inexistência de qualquer vídeo ou filme do tal funeral encenado em alto mar também é implausível. (Por que ninguém filmou o funeral, pelo menos para acalmar as ansiedades dos islamistas sobre a correção da cerimônia? Coisa mais fácil não há, de fazer; impossível acreditar que a Marinha dos EUA não registre rotineiramente esse tipo de evento.) Há outras inconsistências e discrepâncias todas plausíveis na história “de antes”, que dão ares de plausibilidade à “nova” história de Hersh.
Pelo outro lado, imaginemos que tudo que Hersch escreveu seja verdade:
Por que os altos funcionários do serviço secreto paquistanês algum dia admitiriam que sua óbvia colaboração fosse exposta, concordando com que os SEALS da Marinha dos EUA inventassem toda aquela encenação, que tornaria implausível o não envolvimento deles?!
E mais: por que urdiriam, como Hersh diz que eles e o governo dos EUA teriam urdido, a tal história de que Bin Laden teria sido morto no Waziristão num ataque de drone? Por que não o levaram para o Waziristão, passando aos norte-americanos as coordenadas do local onde o cadáver os esperava e deixando que os “eventos” se desenrolassem lá mesmo? É feito a Pedra de Kensington: nem a farsa conhecida, nem a verdade conhecida fazem qualquer sentido.
Nota dos tradutores
[1] A foto foi distribuída por Pepe Escobar, em sua página de Facebook.
[*] John Gardner está trabalhando em uma história dos Grandes Lagos da América do Norte. Ele pode ser contatado pelo e-mail: personalgardnerjohn@gmail.com
The Bin Laden Murder Mystery
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Entreouvido no Salão Debelê na Vila Vudu: A Grande Revelação não é Sy Hersh “informar” que Obama mente. E quem não sabe que Obama mente?! A Grande Revelação é que Hersh está re-escondendo a mesma coisa já escondida antes. Tudo que nos “informam” é falso.
Vamos, vamos, pessoal, caminhando, a fila tem de andar! Aí, nada há que nos interesse.
Vamos, vamos, pessoal, caminhando, a fila tem de andar! Aí, nada há que nos interesse.
Obama! Makekiéiiisso:-D))))) [1] |
- documento histórico radicalmente importante que desmente a narrativa padrão sobre o primeiro encontro entre nativos americanos e europeus, ou a pedra é
- pura farsa.
Há muitas razões pelas quais se pode dizer que a pedra é pura farsa, inclusive anacronismos muito convincentemente demonstrados nos caracteres rúnicos – futmarks [lit. marcas de pés, pegadas], como dizem os arqueólogos – e a ausência de qualquer outro sinal que comprove que alguma expedição houve naquele período. Pela datação, sabe-se que nenhuma expedição viajaria até o outro lado do planeta sem o patrocínio oficial do rei Magnusson III, sobre cuja corte há documentação comparativamente farta. Além da alta implausibilidade de marinheiros nórdicos do período medieval terem chegado a ponto tão distante de qualquer mar.
Os aventureiros nórdicos eram homens intrépidos, que viajaram distâncias consideráveis, contornaram o Cabo Horn, é possível que tenham chegado à China. Mas de forma alguma se pode crer, por razões óbvias, que abandonariam seus barcos – a única conexão que os ligava ao mundo do qual partiram – para aventurar-se terra (tão) adentro. Diferente de Fernão de Magalhães, eles não sabiam construir os próprios barcos. Se os seus fossem destruídos, estariam perdidos para sempre.
A razão pela qual voto pela total implausibilidade da Pedra-runa de Kensington é mais simples que tudo isso. Por que 24 exploradores-soldados nórdicos, chegando de volta ao acampamento e encontrando todos os seus camaradas mortos ou esvaindo-se em sangue, dar-se-iam o trabalho de parar, esculpir um monumento em pedra e cobri-lo de sinais que, os próprios aventureiros sabiam que, com altíssima probabilidade, jamais seriam compreendidos, mesmo supondo que alguém, algum dia, encontrasse a pedra? É exigir demais de homens que, naquele momento só tinham tempo para cuidar de enterrar os mortos, e escafeder-se antes que os nativos voltassem.
Pedra de Kensington |
- esculpir a Pedra, cobri-la até com “pegadas” que especialistas, depois de um século, diagnosticaram como precisamente correspondentes às de outras épocas?
- pôr a Pedra entre as raízes de uma árvore que um dia seria derrubada por seus filhos, na faina de abrir uma clareira no mato; e, o mais impressionante de tudo?
- entregar a Pedra aos especialistas em runas escandinavas na University of Minnesota, perfeitamente gratuitamente?
Aí está, pois, uma história com possível alta relevância histórica que é, simultaneamente, implausível e irrefutável. É exatamente o que me parece o novo discurso de Seymour Hersh sobre o assassinato de Bin Laden.
Por um lado, a história oficial sempre foi implausível. Quem, afinal, no planeta algum dia acreditou que Bin Laden estaria vivendo na Academia Militar de West Point do Paquistão, a 20 minutos de uma grande base militar onde agentes d’A hora mais escura costumavam treinar os guardas do arsenal nuclear do Paquistão; e que ele lá continuaria a viver, sem que ninguém, nem nas Forças Armadas nem nos Serviços Secretos do Paquistão de nada soubessem?
... a menos que tenha havido, como Hersh afirma, colaboração efetiva e massiva com os militares e com o serviço secreto paquistanês?
Claro que a história oficial é implausível; e, se você para e pensa, a total inexistência de qualquer vídeo ou filme do tal funeral encenado em alto mar também é implausível. (Por que ninguém filmou o funeral, pelo menos para acalmar as ansiedades dos islamistas sobre a correção da cerimônia? Coisa mais fácil não há, de fazer; impossível acreditar que a Marinha dos EUA não registre rotineiramente esse tipo de evento.) Há outras inconsistências e discrepâncias todas plausíveis na história “de antes”, que dão ares de plausibilidade à “nova” história de Hersh.
Pelo outro lado, imaginemos que tudo que Hersch escreveu seja verdade:
Por que os altos funcionários do serviço secreto paquistanês algum dia admitiriam que sua óbvia colaboração fosse exposta, concordando com que os SEALS da Marinha dos EUA inventassem toda aquela encenação, que tornaria implausível o não envolvimento deles?!
E mais: por que urdiriam, como Hersh diz que eles e o governo dos EUA teriam urdido, a tal história de que Bin Laden teria sido morto no Waziristão num ataque de drone? Por que não o levaram para o Waziristão, passando aos norte-americanos as coordenadas do local onde o cadáver os esperava e deixando que os “eventos” se desenrolassem lá mesmo? É feito a Pedra de Kensington: nem a farsa conhecida, nem a verdade conhecida fazem qualquer sentido.
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Nota dos tradutores
[1] A foto foi distribuída por Pepe Escobar, em sua página de Facebook.
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[*] John Gardner está trabalhando em uma história dos Grandes Lagos da América do Norte. Ele pode ser contatado pelo e-mail: personalgardnerjohn@gmail.com
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