Lula rebate FHC: "Ele precisa contar a história de sua reeleição"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu as conquistas do que ele chamou de "revolução democrática" em fala na noite desta quarta-feira (20) na abertura do "Seminário Nacional de Estratégia do Ramo Financeiro!", organizado pela Contraf, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. "Esse país melhorou, virou motivo de orgulho para brasileiros no mundo inteiro. Vocês me ajudaram a fazer a revolução que fizemos neste país, a revolução democrática". 


Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Lula rebate FHC: "Ele precisa contar a história de sua reeleição"Lula rebate FHC: "Ele precisa contar a história de sua reeleição"
Lula também rebateu as críticas e afirmações que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez na propaganda de TV do PSDB que foi ao ar na última terça (19). "Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira (19). Fico triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou", afirmou.

Segundo Lula, se ele quisesse falar de corrupção, precisaria contar para este país a história da sua reeleição, em referência ao escândalo da compra de votos em 1997: "Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem honestas, é fazerem a coisa certa. Não tem tapete para esconder a sujeira. No tempo deles, só tinha tapete", acrescentou.



Quanto à disputa à Presidência, disse que virou o alvo: "Eu estou assustado. Agora, eles já não querem mais atacar a presidenta Dilma Rousseff. Eles já estão pensando que tem de balear o Lula, pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo", afirmou.

Sobre o momento de ajustes pelos quais passa o país, Lula deixou clara sua opinião de que o problema é conjuntural, não de governo, e que quem pode resolvê-los é o projeto progressista que venceu as eleições, e não projeto conservador, que perdeu. "É preciso reconhecer que existem dificuldades e que somos nós que vamos resolver. E isso se resolve levantando a cabeça, não abaixando". Para a plateia de líderes do movimento sindical, Lula lembrou as conquistas e avanços históricos do Brasil nos últimos 12 anos em diversos campos e como a participação do povo foi importante para que todas essas conquistas se concretizassem.

"Vocês são do setor financeiro. Vocês lembram que quando eu cheguei à previdência só se falava em demissão e privatização de bancos. Como mudamos isso? Antes de nós, os que governaram esse país achavam que esse país tinha que ser governado para 35% desse país porque sociologicamente eles estavam confirmados de que quem nasceu pobre tinha que morrer pobre. Nossa mudança foi provar que o pobre não era o problema. Nós provamos que incluir o pobre na economia era a solução. E deu certo".

Crise financeira
Lula destacou também que a dificuldade que a Dilma está tendo é mundial, não é só do Brasil. "Me convidem pro próximo congresso pra gente falar se as coisas melhoraram ou não neste país". E completou: "O que não podemos é deixar que aqueles que perderam se comportem como se tivessem ganho e nós, que ganhamos, nos comportemos como se tivéssemos perdido."

O ex-presidente deixou claro que é preciso coragem e muito trabalho para fazer os ajustes necessários, mas que está otimista. "Não há nenhum motivo para não acreditar neste país. Poucos países têm as condições para o desenvolvimento que o Brasil têm. Este país tem um mercado interno forte, tem um povo trabalhador, tem um setor bancário público de fazer inveja ao mundo. Os desafios estão aí, precisamos de uma nova política industrial, precisamos exportar mais... Mas tudo isso só se resolve com trabalho e confiança no país".


Com informações do Instituto Lula

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