Lobby militar dos EUA na Índia tenta reduzir força de parceria com a Rússia.

O Presidente Barack Obama, dos EUA, conversa com o primeiro ministro indiano Narendra Modi

Sputnik News - 06/05/2015

BRICS: organização do futuro

A colaboração entre Rússia e Índia aparentemente vem se tornando incômoda para os Estados Unidos, e Washington tenta incrementar suas relações no setor de defesa com o governo indiano.
A expectativa é de que, durante a próxima visita à Índia, o secretário americano de Defesa, Ashton Carter, ofereça a Nova Deli uma nova aeronave tática feita nos EUA e um contrato bilateral com duração de dez anos para o setor de defesa, diz o especialista em relações militares, Franz-Stefan Gady.



"Estamos buscando fazer mais em termos de exercícios militares e treinamento conjunto com nossos colegas indianos", disse o embaixador dos Estados Unidos na Índia, Richard Rahul Verna, segundo o especialista.

A estratégia americana pode ser considerada como uma resposta à maior cooperação entre os países do grupo BRICS (Brasil, China, Índia, China e África do Sul). De fato, Moscou e Nova Deli vem aos poucos aumentando seus laços no campo militar ao longo dos anos. O Kremlin já afirmou seguidas vezes que valoriza sua "parceria estratégica privilegiada" com a Índia e expressou confiança na possibilidade de ambos países aumentarem suas relações econômicas e políticas.

De acordo com o Serviço Federal Russo para Cooperação Militar-tecnológica (FSMTC), em 2014, Nova Deli foi a maior compradora de armas russas, adquirindo o equivalente a US$ 4,7 bilhões em armas e equipamentos militares.

Além disso, projetos militares conjuntos de Rússia e China incluem a fabricação de uma quinta geração de aeronaves de combate, tanques T90, sistemas Smerch de lançamento múltiplos de foguetes e mísseis supersônicos Brahmos.

O grupo BRICS, apoiado pela experiência e poder militares da Rússia, vem crescendo como ator global autossuficiente — não apenas uma aliança econômica. 

Crispin Rovere, especialista australiano em relações na região Ásia-Pacifico, sugere que "no longo prazo, uma coalizão anti-EUA formada por China, Rússia e Índia não pode ser descartada."

Ao tentar fortalecer as ligações com a Índia, os Estados Unidos aparentemente tentam uma jogada dupla: enfraquecer o sucesso diplomático de Moscou na Ásia e intensificar as contradições entre Nova Deli e Pequim.

Entretanto, de acordo com Crispin Rovere, a estratégia não parece rumar para o sucesso: embora existam certos atritos entre China e Índia, uma competição entre os dois países "certamente não seria nada comparado à competição que existe entre a China e os Estados Unidos."

Por outro lado, a Rússia continua como "único parceiro estratégico" da Índia, enquanto os três países — Rússia, Índia e China —  "têm uma grande preferência por uma ordem mundial multipolar e a diluição da hegemonia americana."

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