GGN: Doleiro diz que Cunha era "destinatário final" de propina

QUI, 14/05/2015 - 21:29
 
Jornal GGN - Alberto Youssef declarou à Justiça Federal que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, foi o "destinatário final" da propina paga pelo aluguel de navios-sonda para a Petrobras, em 2006. A declaração traz novas provas à denúncia contra Cunha no processo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Além dele, Youssef mais uma vez citou Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do esquema entre as empresas contratadas pela Petrobras e o PMDB. Segundo o doleiro, Baiano também era "destinatário final" da propina.
 
Youssef afirmou que o então lobista Júlio Camargo, empresário responsável pelas negociatas com empresas contratadas, mencionou "exatamente" o nome de Cunha em diversas conversas sobre o pagamento de propinas, em 2011, e que teria deixado "transparecer que o Fernando Soares representava o Eduardo Cunha nesse assunto [das contratações de sondas]." 
 
Camargo também prestou depoimento à Justiça, negando que tenha mencionado o nome do presidente da Câmara para Youssef, ou atribuído qualquer participação ao deputado neste episódio. Cunha também permanece negando as denúncias do Ministério Público Federal. 
 
 
Um dos documentos de prova são os requerimentos no sistema de informática da Câmara. De acordo com o pedido de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviado ao STF, Cunha teria arquitetado a elaboração de dois requerimentos na Câmara, questionando informações dos contratos da Petrobras com a Mistui - empresa que pagaria propina para Cunha e para o PMDB - como forma de coerção, pela suspensão dos pagamentos. 
 
As informações constavam na delação premiada de Alberto Youssef. Esses requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011, sob o nome da então suplente do deputado Solange Pereira de Almeida, hoje prefeita de Rio Bonito (RJ). Entretanto, os registros eletrônicos mostram Cunha como autor dos requerimentos, o que comprovaria as delações de Youssef.
 
Nessa nova declaração à Justiça, Youssef volta a confirmar que os pedidos eram um meio para Cunha forçar Julio Camargo a pagar a propina, e que ele teria feito os pedidos "através de outros deputados".
 

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