DW: Líder chinês chega ao Brasil com pacote bilionário de investimentos

Destaque da viagem do primeiro-ministro Li Keqiang é o acordo para construção da Ferrovia Transoceânica, que ligará Santos ao litoral do Peru. Investimentos totais em várias áreas somam 53 bilhões de dólares.
Li Keqiang
Em visita oficial de três dias ao Brasil, que começa nesta terça-feira (19/05), o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, firmará uma série de acordos econômicos que deverão ampliar a presença chinesa no país.
Para esta terça-feira, em Brasília, está agendada a assinatura de mais de 30 acordos bilaterais, estimados em 53 bilhões de dólares, ao lado da presidente Dilma Rousseff. Eles abrangem diversas áreas, incluindo agricultura, energia, transporte e siderurgia. Li viaja acompanhado de cinco ministros e 120 empresários.

Uma das parcerias deverá concretizar a venda de 60 aviões da Embraer a duas empresas aéreas chinesas, um negócio estimado em 3 bilhões de dólares e acertado no ano passado, durante visita do presidente chinês, Xi Jinping.
Dilma e Li deverão anunciar ainda convênios de cooperação no setor ferroviário, o que poderá abrir as portas para bilionários investimentos chineses. Entre os projetos está a construção da Ferrovia Transoceânica, cerca de 3,5 mil quilômetros de trilhos que ligarão o porto de Santos, no litoral paulista, até a costa do Peru, no Pacífico.
"Essa cooperação trilateral [Brasil, China, Peru] para a construção de uma ferrovia transoceânica é um exemplo emblemático e permitirá que se crie um corredor de exportação para os grãos do Centro-Oeste e também para a proteína animal", disse o subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima.
A proposta de conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de uma linha férrea gera polêmica devido ao elevado custo da construção, que passará pela Cordilheira dos Andes, e pelos prejuízos ambientais. Os defensores, no entanto, alegam que o novo trajeto encurtará distâncias, reduzindo o tempo e os gastos com o transporte dos produtos. Segundo Graça Lima, o "complexo" esquema deverá levar de três a quatro anos para ficar pronto.
Entre os anúncios esperados durante a visita está ainda a abertura do mercado da China à carne bovina brasileira, restrito desde o final de 2012, quando foi registrado no Brasil um caso atípico do chamado "mal da vaca louca".
Antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde cumprirá agenda até quinta-feira, o primeiro-ministro chinês fará uma visita aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. No ano passado, o comércio bilateral alcançou 77,9 bilhões de dólares, com superávit de 3,3 bilhões de dólares para o Brasil, segundo números do governo brasileiro.
A visita ao Brasil faz parte de um giro pela América do Sul, que inclui ainda Colômbia, Peru e Chile. O objetivo é firmar o caráter estratégico da América Latina para o país asiático, que pretende elevar seus investimentos na região para 250 bilhões de dólares nos próximos dez anos.
MSB/efe/abr/afp

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