Destaques da agenda internacional: Estado Islâmico se recupera.

No Egito o ex-presidente Muhammad Morsi, da Irmandade Muçulmana, foi condenado à morte por um tribunal de primeira instância.

Flávio Aguiar, de Berlim - na Carta Maior
Wikimedia Commons
Combates no Iraque e Síria
As forças do Estado Islâmico (EI) tomaram a cidade de Ramadi, ponto estratégico em relação à capital do país, Bagdá. O feito mostra uma recuperação política e militar do EI, que vinha de uma série de derrotas nas semanas anteriores, inclusive a perda de um de seus lideres mais importantes na Síria, Abu Sayyaf, morto durante um bombardeio pela aviação norte-americana. Entre outras coisas, Sayyaf era um dos responsáveis pelos contatos comerciais do EI com outros estados e empresas, envolvendo transações com petróleo e armamentos. Ainda na Siria, o EI ameaça Palmyra, patrimônio histórico da humanidade, uma das principais coleções de ruínas romanas do mundo. O EI controla um terço do território iraquiano.


Egito
No Egito o ex-presidente Muhammad Morsi, da Irmandade Muçulmana, foi condenado à morte por um tribunal de primeira instância, depois de ter sido condenado a 20 anos de prisão por outro tribunal. A sentença, além de provocar reações de entidades de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, deve provocar reações complicadas no mundo muçulmano. Ela reforça a ideia de que haveria uma incompatibilidade entre os valores e perspectivas políticas deste mundo e as instituições apoiadas pelo mundo ocidental, facilitando a adesão de jovens, por exemplo, ao terrorismo.

Dzhokhar Tsarnaev
O jovem de família chechena, nascido no Quirguistão, crescido no Daguestão, e emigrado para os Estados Unidos, acusado de perpetrar o atentado a bomba contra a maratona de Boston, foi condenado à morte. A pena é passível de recursos, que devem demorar pelo menos dez anos, caso a sentença seja confirmada até o final,

Grécia
Continuam as especulações em torno do que vai acontecer com a Grécia. Até hoje acreditava-se que a estratégia da hegemonia financista da Zona do Euro fosse ameaçar o país com a expulsão da moeda. Mas agora vários analistas - contra e a favor de Atenas - acenam com outra possibilidade. O objetivo dos líderes hegemônicos da Zona do Euro seria o de levar Atenas (e a Syriza) à exaustão política, mantendo o país na moeda pan-europeia, para derrota-las politicamente e forçar uma nova eleição que expulsasse Tsipras, Varoufakis e aliados do governo. 

Falta combinar com o povo grego.

Enquanto isto, a Grécia pagou o FMI, driblando os abutres de plantão.

Irlanda
Na proxima sexta-feira haverá o plebiscito na Irlanda sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo. As pesquisas dizem que 70% dos eleitores são a favor da inclusão desta possibilidade na Carta Magna do pais, apesar da oposição ferrenha das igrejas do pais - todas elas, a Católica, a Evangélica, a Anglicana e a Muçulmana. Tido como pais carola e conservador, a decisão irlandesa pode mudar esta imagem.

Macedônia
Protestos na capital do país contra o primeiro-ministro conservador Nikola Gruevski, com 20 mil pessoas nas ruas, exigem sua renúncia. O pais foi agitado recentemente por um conflito entre a policia e grupos albaneses, deixando um saldo de 18 vítimas fatais. Gruevski é acusado de querer controlar a mídia e tramar um golpe de estado para se eternizar no poder. Ele acusa o líder da oposição, o ex-comunista Zoran Zaev, de tramar o mesmo.

Polônia
No domingo, 24, acontece o 2o. turno da eleição presidencial polonesa. Concorrem dois candidatos conservadores, Andrzej Duda (34,8% no primeiro turno) e o atual presidente Bronislaw Komorawski (32,2%). A principal diferença entre eles é que o último é tido como favorável à União Europeia e o opositor, cético, tema que cada vez mais polariza posições.

Brasil e China
Na terça-feira, 19, desembarca no Brasil o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, com 53 bilhões de reais no bolso do colete, além de uma trupe de empresarios atrás, para investir na Ferrovia Transoceânica, que vai ligar o Atlântico ao Pacífico, driblando o Canal do Panamá, visto por Pequim como um “gargalo norte-americano”. A ferrovia vai beneficiar outros países, como a Argentina, a Colômbia e até a Venezuela, além de Chile e Peru (onde ficará o terminal do Pacífico). A notícia, ao lado da recuperação das ações da Petrobrás, dos lucros desta no primeiro trimestre e do recorde na produção do Pre-Sal, é ótima para o Brasil, contra a pauta negativa que 90% da mídia internacional dedica ao país.




Créditos da foto: Wikimedia Commons

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