Truculência da polícia de Beto Richa deixa 107 servidores feridos

Ambulâncias têm dificuldade de se aproximar da Assembleia Legislativa para socorrer feridos. 'Professores estão sendo massacrados', diz sindicato. Dois policiais também ficaram feridos
por Redação RBA publicado 29/04/2015 17:01, última modificação 29/04/2015 17:19
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Feridos procuram refúgio na prefeitura de Curitiba. “Parece uma praça de guerra”, publicou no Twitter o prefeito Gustavo Fruet
Curitiba – Já são contabilizados 109 feridos, sendo 107 manifestantes e dois policiais, na tentativa de manifestação dos servidores estaduais do Paraná, no Centro Cívico, em frente à Assembleia Legislativa, contra a votação de projetos do governador Beto Richa (PSDB) que promovem perdas em direitos previdenciários do funcionalismo a pretexto de socorrer as finanças do estado. Os professores, em greve, estão acampados desde segunda-feira (27) no local.

Ambulâncias têm dificuldade de se aproximar para socorrer os feridos, uma vez que a Tropa de Choque da Polícia Militar faz um cordão para isolar o prédio da Assembleia – e há duas horas lança bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e jatos de água.
O governo Richa é acusado pela oposição, que tenta protelar a votação, de promover ação "truculenta", ao enviar policiais militares para cercar a Assembleia Legislativa. “São trabalhadores organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas para não perdê-los. O governo não tem diálogo nenhum com o setor público e ainda por cima manda colocar a polícia", disse o deputado estadual Enio Verri (PT).
Os feridos procuram refúgio na prefeitura de Curitiba. “Parece uma praça de guerra”, publicou no Twitter o prefeito Gustavo Fruet (PDT). No prédio do Executivo municipal, a menos de 100 metros da Assembleia, servidores foram obrigados a deixar seus postos de trabalho por causa do gás lacrimogêneo. A todo tempo servidores apelam para que a polícia pare de atirar. “Os professores estão sendo massacrados”, denunciou o presidente do sindicato da categoria, Hermes Leão.
A maioria dos deputados deixou o plenário, mas o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), recusa-se a parar a sessão, que já tem os votos favoráveis de 31 dos 54 deputados estaduais.
O projeto de lei em votação na Assembleia Legislativa foi encaminhado pelo Executivo para alterar a previdência estadual. O governo paranaense quer tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual e que está deficitário, e transferi-los para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, que está superavitário.
Com reportagem de Ricardo Gozzi e informações de Gisele Federicce (Brasil 247) e da Agência Brasil

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