Seis meses presos até depoimento ser marcado? É a justiça célere ou celerada?

6 de abril de 2015 | 18:30 Autor: Fernando Brito
ouro
Nunca é demais repetir que sem nenhuma simpatia pelos empreiteiros, tanto os detidos quanto os não-detidos, os métodos do sr. Dr. Juiz Sérgio Moro são incompatíveis qualquer noção que se tenha de garantias num Estado de Direito.
O Estadão anuncia hoje que, finalmente, o juiz marcou o interrogatório judicial dos empreiteiros presos na Lava-Jato. Serão ouvidos nos dias 4, 6, 8, 11 e 13 de maio.
Quando se completarão seis meses de suas prisões, efetuadas no dia 14 de novembro!
Seis meses!

Até agora o Dr.Moro sequer os ouviu!
E aí, um amigo maldoso diz-me:
- É de propósito, para que o Supremo, diante deste absurdo, libere-os da cadeia…
- Como assim?
- O Moro prende e o Supremo solta, igual aquela historinha que a polícia conta…
–  …
– O cana-dura, cara, o cana-dura faz diferença… Você não lembra do Nélson Duarte?
- Não…
- Era um delegado  que ia no programa do Flávio Cavalcanti, na TV Tupi, contar suas proezas. Era um dos “homens de ouro” da polícia, que fundo a Escuderie Le Cocq, que virou o “Esquadrão da Morte”.
- E o que ele fazia?
-Ah, ele contava que tinha um método científico de investigação, copiado de um delegado cana-dura, o Deraldo Padilha. Como, naquela época, malandro andava com calça de boca apertada, ele jogava uma laranja, se não passasse, cana…
- Sei, mas porque você está lembrando disso?
- Porque o Nélson Duarte acabou condenado por extorsão e abuso de autoridade. E o juiz que o condenou, Carlos Augusto Lopes Filho, disse que ele era uma   “personalidade deformada, exibicionista, vaidoso e sofrendo de complexo de superioridade” .
- Sei, mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
- Nada, nada…

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