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Autor: Fernando Brito
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“Racionamento de energia é quase inevitável, afirmam especialistas”. era sua manchete de economia.

No dia seguinte, e aqui também se registrou, outro jornal pertencente ao grupo, mas voltado para executivos, dizia que os especialistas estavam tirando do mapa a hipótese de racionamento.
Naquele dia, a diferença da acumulação nos reservatórios, era de era de 25,9% da capacidade máxima, ou 9,6% a menos que na mesma data do ano anterior, quando havia 35,5%
15 dias depois, a água nos reservatórios chegou  a 30,1%, contra 36,9% da mesma data em 2014. 6,8% de diferença.
Ainda delicadíssima a situação, mas melhor do que outra, que tem estado “quietinha” na mídia.
A água em São Paulo, que se beneficiou das chuvas fortes de fevereiro e março  que, desaceleraram este mês.
O índice crescente é apresentado de uma forma que transmite uma compreensão falsa, porque não revela que os 19,6% de água são calculados de forma diferente, com a inclusão da água bombeada, da qual São Paulo ainda vive.
Como não se fala que a água só está neste nível porque foi reduzido à metade o volume fornecido pelo Cantareira (de 30 m³/ segundo, em março de 2014 para 13 m³/segundo, agora) e a cidade passou a depender mais do sistema Alto Tietê, que tinha 37% de água há um ano e tem hoje 22,3%.
Por isso, faço questão de reproduzir o vídeo, didático, claro e verdadeiro, da meteorologista Bianca Lobo, do Climatempo.
Ela mostra que, hoje, os 19,6%, na verdade, são puco mais da metade da água que se tinha, nesta época, há um ano no Sistema Cantareira.
E que, “se tudo correr bem” e tivermos chuvas na média histórica, está mostrado que a agonia se prolongará para 2016, com o abastecimento de água andando sobre o fio da navalha.
Ótima explanação, que merece ser vista por todos.

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