Paulo Nogueira: O que o site Implicante conta sobre Alckmin
Postado em 18 abr 2015
O problema do site Implicante não é exatamente o governo Alckmin dar um mensalão de 70 mil reais para seu editor.
Quer dizer: isto é um problema, dada a absoluta falsa de transparência com que o dinheiro vai dar na conta do editor, e considerados também os repetidos ataques do PSDB contra blogueiros supostamente favorecidos pelo PT.
Isso é cinismo, demagogia e desonestidade.
O maior problema, retomando o início do texto, é a canalhice descarada do conteúdo do site.
Não há, nele, nenhum compromisso com a verdade dos fatos, ou com o jornalismo. O que o editor Gravataí Merengue faz não é um caso jornalístico.
É um caso de polícia.
Veja, por exemplo, como ele trata a alegada encrenca entre Dilma e uma empregada, Jane, em torno de cabides. A informação – sem fonte nenhuma – saiu no blog de Ricardo Noblat.
Merengue transforma a especulação em fato confirmado e acima de dúvidas.
Esse tipo de conduta simplesmente não existe no jornalismo.
Todo o conteúdo do site é feito dessa maneira.
Os textos que desinformam e emburrecem acabam alimentando vítimas nas redes sociais – falo aqui dos analfabetos políticos, que acreditam em qualquer coisa.
Parte da assombrosa ignorância captada numa pesquisa da USP com manifestantes de 12 de abril deriva do poder corrosivo sobre as mentes de sites como o Implicante.
Nesta semana, não foi este o único assunto relativo ao jeito Alckmin de lidar com a propaganda.
Um jornalista que tinha sido contratado pela Jovem Pan para fazer boletins noticiosos publicou um texto em que contou que se demitiu quando foi proibido de falar sobre a Sabesp – anunciante da rádio.
Na Jovem Pan, é proibido falar da Sabesp.
Isto é Alckmin. Isto é Jovem Pan. Isto é Implicante.
E depois somos obrigados a ouvir sermões de Catões fajutos.
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