O que aconteceu com Petrobras?

Fonte: China Daily  

RIO DE JANEIRO,13 de abril (Diário do Povo Online) – O gigante petrolífero brasileiro, Petrobras, fechou recentemente um contrato de financiamento com China Development Bank, no valor de 3,5 bilhões de dólares, para aliviar a dificuldade enfrentada pela empresa brasileira.

A ação de “pedir dinheiro” da Petrobras chamou atenção da comunidade internacional. Por que a maior empresa petrolífera do Brasil se encontra nessa situação? Nas opiniões de analistas, vários motivos causaram a dificuldade da Petrobras.
Baixo preço do petróleo
O baixo preço do petróleo no mercado internacional causou a depressão da Petrobras. Os dados mostraram que desde o ano passado, o preço do petróleo bruto caiu para o patamar de 50 dólares por barril, razão pela qual, diversos gigantes petrolíferos transnacionais começaram a reduzir os seus trabalhadores e cortar as despesas. Esse ambiente também afetou a Petrobras, cujo preço de ações na bolsa registrou uma queda contínua.
Nos últimos meses o preço do petróleo bruto no mercado internacional caiu no nível mais baixo dos últimos anos, registrando uma queda de mais de 25%. Com o abrandamento da economia na Europa e na China e o aumento da produção do petróleo nos EUA e na Líbia, a oferta desse tipo de combustível superou a demanda. Para analistas, essa tendência não pode alterar em meses e por isso a baixa do preço do petróleo vai continuar nesse ano inteiro.
Para muitos países produtores do petróleo, a queda do preço significa a “bancarota econômica”. Uma grande parte da receita dos países como a Venezuela, o Irã, a Nigéria e o Brasil é oriunda do petróleo, simultaneamente, esses países precisam de devolver a dívida estrangeira, equilibrar e financiar o orçamento público e, estabilizar a moeda local.
Envolvimento na corrupção
No caso da Petrobras, além do ambiante econômico, outro fator negativo é o escândalo de corrupção desvendado em março de 2014.
Desde novembro de 2014, mais de 40 funcionários da empresa envolvidos na corrupção foram detidos. Em 4 de fevereiro de 2015, se renunciaram seis altos administradores da Petrobras, que foram acusados de fazer conspiração com alguns políticos e empreiteiros, e obter um lucro ilegal de bilhões de dólares. Segundo a mídia brasileira, o caso de Petrobras envolve um valor de 4 bilhões de dólares, se tornando o “maior caso de corrupção na história do Brasil”.
A queda dos lucros e o congelamento dos capitais não são boas notícias para o statu quo financeiro da Petrobras. Atualmente, o empreendimento tem uma dívida de 135 bilhões de dólares, se tornando a empresa petrolífera com a maior dívida no mundo. Sob a pressão fiscal, a Petrobras tem que reduzir 16 bilhões de dólares dos 220 bilhões do plano de investimento, e planeja vender seus bens valorizados em 13,7 bilhões de dólares dentros de dois anos. Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar piorizou a situação fiscal da empresa.
As agências de rating não ignoraram o empenho da Petrobras. No dia 24 de fevereiro, Moody’s rebaixou os ratings da Petrobras do grau de investimento para o especulativo por conta da investigação sobre a corrupção. Nos pontos de vista dos analistas, esse rebaixamento pode dificultar o financiamento da petrobras no mercado do capital internacional.
Onde está o caminho para o futuro
Caso pedir dinheiro da China possa resolver o problema urgente da Petrobras, o que a empresa deve fazer no futuro?
Livrar-se da enorme dívida, logicamente, é o caminho obrigatório para a Petrobras sair da dificuldade financeira. Para tal, é preciso acelerar o financiamento e aumentar o fluxo do dinheiro.
Na opinião de alguns analistas, a empresa brasileira pode aumentar a cooperação com a China no futuro devido ao ar de pessimismo entre as agências de rating.
“A China considera que é a boa hora investir no Brasil. A China acredita que as dificuldades enfrentadas pela Petrobras e pelo Brasil são temporários e vencíveis. O ar pessimista excessivo entre os países ocidentais sobre o Brasil não é visto na China”, disse Charles Tang, presidente da Câmara de Indústria e Comércio China Brasil. 
(Editor:Renato Lu,editor)

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