O dia em que Noblat terminou a metamorfose

3 de abril de 2015 | 22:41 Autor: Fernando Brito
amaral
O colunista Ricardo Noblat, num de seus cada vez mais frequentes surtos mediúnicos, em que descreve diálogos travados entre Lula e Dilma – segundo ele, aos berros – hoje desencava um boato velho, publicado há quase um ano pelo colunista Cláudio Humberto, ex-homem de confiança de Fernando Collor e, como todos sabem uma “referência” no jornalismo pátrio.

Vem com uma história de uma camareira do Alvorada que teria sido agredida pela presidente, por conta de uma suposta desarrumação das roupas em seu armário.
É uma nova versão do site Diário do Poder que, em junho passado, tinha publicado “o caso da camareira que teria tomado uma bordoada, após pegar um colar diferente do solicitado pela patroa temperamental.”.
A matéria não tinha qualquer dado factual e mencionava casos genéricos de funcionários civis e militares “abalados” pelo tratamento da Presidenta.
A repercussão foi, claro, zero. Pela falta de fatos e pela origem da história.
Em outubro, o site Boatos.org, investigou o caso, a partir de sua divulgação pelas redes sociais, inclusive o “número do processo” que se veiculava e mostrou que era falso.
Agora, Noblat assume a história, cria o requinte de maldade de nominar como “Jane” a camareira (Jane é um dos nomes da mãe da Presidenta, Dilma Jane, de 89 anos).
Sordidez, lixo, porque sem fontes, sem fatos, sem nada a não ser a vontade de agredir.
Com a cobertura de grandes empresas de comunicação, consagra-se este nível de baixaria e irresponsabilidade.
E, como observou com lucidez o Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, a resposta a isso, “em nome do republicanismo”, é só o silêncio.
Brizola se referia a Amaral Neto, por conta da cabeleira branca, como “cão lanudo”.
Não sei porque, a imagem me veio ao ver Ricardo Noblat ficar tão parecido com ele, embora talvez isso seja injusto com Amaral Neto.

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