Morales acusa Obama de tentar derrubar governos economicamente
EFE | CIDADE DO PANAMÁ
O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira de tentar derrubar governos latino-americanos, como a Venezuela, com medidas econômicas, por não conseguir com meios militares "como no passado".
Morales disse perante várias centenas de indígenas que participam da Cúpula dos Povos, realizada no Panamá como alternativa à Cúpula das Américas, que "agora que não podem nos dominar com ditaduras militares nos afogam economicamente (...), querem dominar-nos com decretos como faz o presidente Obama".
O presidente da Bolívia, Evo Morales, em discurso nesta sexta-feira durante a Cúpula dos Povos, na Universidade do Panamá. EFE/Mauricio Dueñas Castañeda
No último mês de março, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou um decreto com sanções a funcionários venezuelanos e no mesmo qualificou a Venezuela como uma "ameaça incomum e extraordinária" para a segurança de seu país.
"Antes o que fazia? Golpes de Estado, ditaduras militares sob o pretexto de acabar com o comunismo, o marxismo, o leninismo, os vermelhos. Com os povos nos libertamos dessa mensagem de humilhação. Aí vem o chamado terrorismo inventado, o narcotráfico", continuou.
"Agora o império americano usa os direitos humanos. Falando de Cuba, por exemplo. O bloqueio econômico é uma forma de não respeitar os direitos humanos não só de uma pessoa, mas os direitos coletivos de toda uma nação", acrescentou o presidente boliviano.
Entre os aplausos e gritos dos presentes à cúpula alternativa realizada na Universidade do Panamá, Morales disse que entregará amanhã ao presidente Obama uma resolução estipulada pelos delegados.
Morales disse que na Cúpula das Américas, da qual a partir de hoje participam os governantes de todo o continente, inclusive Cuba, pela primeira vez na história, "haverá um debate profundo sobre a situação econômica, social e cultural dos povos da América".
"Unidos, derrotaremos os que nos dominaram. Unidos, nos libertaremos dessa dominação", concluiu o líder boliviano.
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