GGN: Ikonomidis, mais um nome do esquema serrista sob o nariz de Alckmin


Jornal GGN - A Folha de S. Paulo publicou, nesta quarta-feira (22), a reboque do Diário do Centro do Mundo, o nome de mais uma figura ligada ao esquema serrista de militância virtual montado sob o nariz do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Trata-se da jornalista Cristina Ikonomidis, ex-chefe de comunicação da Secretaria de Cultura do Estado, esposa do ex-número dois da Subsecretaria de Comunicação tucana, Juliano Nóbrega. Mais um nome, portanto, da rede suspeita de valer-se, a partir da eleição de 2010, de cargos de assessoria em diversos órgãos estaduais para escudar o PSDB.

Cristina virou notícia porque, este mês, tornou-se sócia da Appendix. A empresa ganhou as páginas da Folha no último dia 18, sob a denúncia de que seu principal executivo, Fernando Gouveia (conhecido na internet como Gravataí Merengue, mentor do blog antipetista “Implicante”) é subcontratado de uma terceirizada da Secretaria de Cultura, a Agência Propeg, por R$ 70 mil ao mês.
A triangulação entre a secretaria estadual, a Propeg e o blogueiro ganhou agravantes com a revelação de que Cristina trabalhava na Cultura quando a Appendix começou a receber dinheiro para atuar na redes sociais da Pasta. Ela virou sócia da empresa do blogueiro apenas um meses após Juliano, seu marido, deixar o governo para trabalhar na CDN (empresa de assessoria de comunicação), administrando uma conta da Sabesp - a estatal de água que, em meio ao colapso do Sistema Cantareira, mantém o hábito de anunciar no maior número de veículos de comunicação possível.
Juliano já passou pelo Agora, Jornal da Tarde e Última Instância. Entrou no governo do Estado em 2006, durante a gestão Serra. Depois foi deslocado para o gabinete do tucano Duarte Nogueira, onde ficou por 8 meses. Em janeiro de 2007, retornou ao governo estadual, agora na Secretaria de Recursos Hídricos. Trabalhou na campanha de Alckmin em 2010 e virou coordenador de imprensa em janeiro de 2011.
Juliano era o número dois de Márcio Aith, o homem da Comunicação que Alckmin também herdou de Serra. Aith assinou os repasses para a empresa que hoje tem Cristina, ex-funcionário do governo, como sócia. 
De acordo com a Folha, “pelo menos uma das ordens de serviço que liberaram pagamentos à Appendix foram assinadas pelo também jornalista Juliano Nóbrega, então número dois da Subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes e marido de Cristina. Ela deixou o governo em setembro de 2013, três meses após a contratação da Appendix. Cristina virou sócia da empresa em fevereiro deste ano, um mês depois de o marido se desligar do governo.”
Cristina chefiou a comunicação da Secretaria de Cultura por mais de dois anos. Foi nesse período que a empresa do blogueiro Gouveia começou a trabalhar para a pasta. Com a entrada de Cristina na Appendix, a empresa passou a ter quatro sócios e capital de R$ 28 mil. Gouveia e Cristina são donos de 40% cada. André Moura e Andres Ponte dividem os outros 20%.
Outros nomes da Rede
Em 2010, este Blog alertou para o modo como Juliano Nóbrega, na Comunicação do Estado, tratava a mídia, a exemplo de Aith e outro homem herdado pela administração Alckmin, Bruno Caetano. “Ao longo dos últimos anos, foram de uma truculência inédita nas relações com a mídia. Cartas agressivas aos jornais, pressão para cortar colunas e colaboradores, assimilando de maneira servil o estilo truculento do chefe.” (Leia aqui)
Bruno Caetano também teve o aparelhamento do Sebrae denunciado pelo GGN em dezembro de 2013. Na liderança da entidade, ele demitiu cerca de 150 técnicos de carreira para dar lugar a comissionados (servidores lotados em cargos de confiança). A escolha dos novos funcionários foi denunciada por um deputado, à época, por ter sido feita sob critério estritamente político. O mesmo deputado levantava a suspeita de que Bruno Caetano usaria os comissionados do Sebrae para promover seu nome, a fim de alavancar uma candidatura em 2014. O próprio Sebrae, pouco antes das convenções partidárias, emitiu uma nota à imprensa informando da candidatura de Bruno. (Leia aqui)
Para o Sebrae, Bruno, que já passou pela Secretaria de Comunicação do Estado, arrastou ex-companheiros de Pasta. Foi o caso de Eduardo Pugnali. Coordenador de imprensa e internet entre 2008 e 2011, ele foi o responsável pela inclusão do Governo do Estado nas redes sociais e tinha, além de outras, a função de acompanhar viagens e fazer a assessoria direta de José Serra. Suspeita-se que era, também, o coordenador da militância serrista nas redes sociais. Pugnali tornou-se Assessor da Superintendência do Sebrae. Três meses depois foi nomeado Gerente de Inteligência de Mercado do Sebrae São Paulo. Sua substituta no Estado também foi escolhida a dedo por Bruno Caetano: Luciana Motta Marin, outra assessora com ligações a Serra.
Bruno Caetano tem histórico de longa relação com a gestão Serra-Kassab. Atuou como assessor especial da Prefeitura, no primeiro ano de gestão Gilberto Kassab, de 2005 a 2006, função que tratava da coordenação dos projetos estratégicos e informações ao prefeito. Em 2007, entrou como Secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, no primeiro ano também do então governador José Serra, cargo em que trabalhou até 2010, final do mandato tucano.
O mesmo mecanismo que Bruno empregou no Sebrae, Geraldo Biasoto emprestou na Fundap.

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