Fernando Brito: Os cozinheiros de galo

Autor: Fernando Brito
galo
Não entro no (de)mérito dos possíveis atos de corrupção praticados por André Vargas, Luís Argolo e Pedro Correa. Mas os três, sem mandato – por cassação ou por derrota eleitoral – , são fósforos queimados faz já bastante tempo. Duvido muito que, pelo tempo e pelo tamanho diminuto dos três saiam dali mais do falcatruas menores, nas quais costumam se lambuzar políticos com gosto por negócios e luxos.

Em nada menos condenáveis, não são nem serão primeiros e últimos metidos nestas histórias.
Os processos que lhes diziam respeito foram enviados pelo Supremo em dezembro e janeiro de volta ao Dr. Sérgio Moro e só agora geraram desdobramentos espalhafatosos, embora aparentemente os três não integrassem o mesmo esquema e nem tivessem o mesmo “modus operandi”.
Exceto na impensável hipótese que o juiz Sérgio Moro estivesse “sincronizando” suas decisões para oferecer (ou obter) mais impacto pela proximidade  das manifestações da oposição – ele decretou a nova prisão de Renato Duque na antevéspera do ato de 15 de março e a PF a executou no dia seguinte à festança da Paulista – não se vê razão plausível para tamanha demora.
Assim como não se compreende porque, apesar de passado mais de um mês da abertura do inquérito sobre os políticos denunciados pelo Dr. Rodrigo Janot ao STF, não haja uma mísera notícia – já que não há mais sigilo no caso – sobre seu andamento, nem mesmo um mísero interrogatório.
Pessoa que fosse menos crédula na Justiça, a esta altura, poderia achar que estamos diante de um destes casos de “cozinhar o galo”.
E fazendo ele cantar quando interessa.

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