Fernando Brito: Aécio e o fantasma de Bolsonaro

Autor: Fernando Brito
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É visível a dificuldade do Senador Aécio Neves em se posicionar no processo histérico que ele próprio ajudou a despertar.
Por mais que se escondam os cartazes pedindo intervenção militar, é evidente que os núcleos de extrema direita assumiram o comando prático dos chamados “movimentos” (todos de origem obscura) anti-Dilma.

A notícia, hoje, de que a direção do PSDB – leia-se, Aécio – encomendou uma ação de responsabilidade contra a Presidenta , é só uma manobra para estabelecer uma solidariedade formal com o “impixismo”.
O dado real é que dificilmente estes movimentos vão desembocar na formação de um partido assumidamente de direita como o Brasil não tem desde que findou a ditadura militar.
E isso rouba espaço do PSDB que, embora “social-democrata” de batismo, recolhia os votos deste segmento .
De outro lado, a ascensão de Eduardo Cunha roubou, de fato, a condição de maior força oposicionista que tinham os tucanos na esfera parlamentar.
O papel que as ruas pedem a Aécio é o de um Bolsonaro. 
Que pode lhe ser adequado hoje, na quadra de histeria gerada pela crise política e econômica.
Mas que, uma vez vestido integralmente, dificilmente pode vir a ser despido quando a oposição precisar articular sua candidatura para 2018.
Afinal, tudo caminha para que já haja um Bolsonaro, o próprio, na próxima disputa presidencial e a sua desfiliação, hoje, do moribundo PP é o início da execução do seu plano de candidato.
A agitação de rua, ficou visível  domingo e vai se tornar inegável com os dias, vai refluir, apesar de todo o esforço do Governo Dilma de “bater cabeça” internamente e reduzir a política a uma atividade burocrática.

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