BBC: Britânico acusado por queda-relâmpago histórica na bolsa de NY é preso

Crash da bolsa
A derrubada da bolsa durou 45 minutos e causou prejuízos de mais de R$ 2 trilhões
BBC Brasil - 22/04/2015
Um operador financeiro britânico está sendo acusado por autoridades dos Estados Unidos de ter contribuído significativamente para o flash crash de 6 de maio de 2010, uma súbita queda nos mercados de ações americanos que, em questão de poucas dezenas de minutos, gerou grande pânico e perdas na casa de bilhões de dólares.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Navinder Singh Sarao, de 36 anos, ajudou a derrubar o índice Dow Jones em mais de 1.000 pontos usando nada mais que seu computador, no quarto em que vive na casa dos pais, em Hounslow, no oeste de Londres.
Seu computador distribuía automaticamente ordens falsas de venda de títulos, baixando seus preços. Antes que essas vendas fossem executadas, ele retirava as ordens - e podia comprar ações a preços bem abaixo de seu valor real de mercado.
O britânico foi preso na terça-feira pela polícia de Londres, e as autoridades americanas querem sua extradição.
Com milhares de operações desse tipo, realizadas em frações de segundos, Sarao teria amealhado, ao longo de cinco anos, o equivalente a cerca de R$ 122 milhões. Tudo isso agindo de forma independente, pela internet.
Sarao é alvo de um processo criminal e um cível, este movido pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), órgão que regula as negociações dos mercados futuros nos EUA.
"Proteger a integridade e a estabilidade dos mercados futuros é crítico para garantirmos um sistema financeiro que funcione", disse Aitan Goelman, diretor de práticas da CFTC.
A lista total de acusações contra Sarao tem dezenas de itens. Um tribunal nos EUA também emitiu uma ordem de confisco dos bens do britânico e da investidora por ele criada.
Para complicar a situação, o jornal The Daily Telegraph revelou que Sarao está sendo investigado também pelo Fisco britânico, que suspeita do uso de paraísos fiscais no Caribe para sonegar impostos.

Comentários