PSDB atenta contra o povo com projeto que retira cubanos
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante evento no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (27), afirmou que a decisão da liderança do PSDB no Senado de apresentar um projeto de decreto legislativo para anular o convênio que permite a participação de 11.487 médicos cubanos no programa Mais Médicos tem “motivação política” e representa um “atentado contra a população”.
"É muito perverso porque exatamente quem mais precisa ficaria sem atendimento", enfatizou o ministro
“É lamentável. Na prática, acaba com o Mais Médicos. Aqueles que diziam nas eleições passadas que não acabariam com o programa agora mostram a sua verdadeira face”, rebateu o ministro. Durante toda a campanha, Aécio jurava que, caso fosse eleito, o programa iria continuar. Ninguém acreditou. Agora, no entanto, um projeto de decreto legislativo foi apresentado pelos senadores Cassio Cunha Lima e Aloysio Nunes, comprometendo todo o programa.“Questionar a relação do Brasil com uma instituição centenária como é a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde, e tornar nulo o convênio do Brasil com a Opas que permite que mais de 11,4 mil médicos cubanos possam atuar na região de floresta, nas aldeias indígenas, nos quilombolas, no semiárido, nas regiões mais críticas do país, é um atentado contra a população e contra as próprias prefeituras do PSDB, já que 65% delas participam do Mais Médicos, inclusive com médicos cubanos", enfatizou Chioro.
O objetivo do decreto legislativo é anular o contrato do Brasil com a OPAS. "Não consigo entender como é que alguém comprometido com a saúde pública pode propor isso. Aperfeiçoamentos são importantes em qualquer política pública. Mas o projeto da liderança do PSDB é um verdadeiro atentado contra o programa. Significa a derrocada. Imediatamente perderíamos 11.487 médicos cubanos que participam", pontuou.
Brasileiros tiveram prioridade
O ministro disse ainda que médicos brasileiros tiveram prioridade para escolher as primeiras vagas e foram para grandes cidades e capitais, ao contrário dos cubanos. "Os brasileiros tiveram prioridade de escolha. É natural. Depois vieram os médicos brasileiros formados no exterior que não tinham diploma validado. Depois, os argentinos, uruguaios, portugueses e americanos. São mais de 20 nacionalidades. Os cubanos foram os últimos e ficaram nos lugares de mais difícil acesso, em cidades que nunca tiveram médico, aldeias indígenas, regiões ribeirinhas. Agora, é exatamente isso que se afronta", esclareceu.
Ele enfatizou também que é preciso ter claro quais serão os efeitos, caso o projeto seja aprovado. “Creio que não será, porque no Senado há compromisso com a atenção básica no Brasil. É a primeira vez, depois de 27 anos do SUS (Sistema Único de Saúde), que a gente consegue ter 63 milhões de pessoas que nunca tiveram uma equipe de saúde da família com a presença do médico, com o direito de ter atendimento na sua comunidade", lembrou o ministro.
"É muito perverso porque exatamente quem mais precisa ficaria sem atendimento. A Opas é uma entidade centenária, com a qual o Brasil mantém relação há décadas. Temos inúmeras parcerias, aí a gente rompe uma delas por motivação política? Traz muito prejuízo para a população", salientou.
Do Portal Vermelho, com informações da Agência Estado
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