Políticos citados na lista dizem que vão colaborar com investigações
Alguns dos incluídos na relação afirmaram estar ‘surpresos’ com inclusão dos seus nomes. Maioria prefere se manifestar somente após ter acesso aos autos. PT também divulgou nota
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 06/03/2015 23:49, última modificação 07/03/2015 00:00
Brasília – Mal foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a lista dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, já começaram a ser divulgadas declarações de parlamentares e partidos políticos citados pela Procuradoria-Geral da República (PGT). Os primeiros a se manifestar foram o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a executiva nacional do PT, por meio de uma nota oficial. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao ser procurado, disse que só falará a respeito quando tomar conhecimento dos autos. O mesmo afirmou o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), por meio de sua assessoria.
Renan destacou que dará todas as explicações necessárias “à luz do dia”. “Prestarei as informações que a Justiça desejar. Minhas relações junto ao poder público nunca ultrapassaram os limites institucionais", afirmou. Cunha, além de informar que só irá falar algo depois de tomar conhecimento do conteúdo do inquérito aberto contra ele, disse que não está preocupado. "Quero primeiro conhecer o conteúdo, temos o direito de saber o que está se passando", disse.
Humberto Costa também por meio de nota destacou que “recebeu com surpresa e indignação a inclusão do seu nome entre os dos parlamentares” contra os quais a Procuradoria-Geral da República recomendou abertura de inquérito ao STF. Ele reiterou que não tem conhecimento formal de quaisquer fatos que lhe tenham sido atribuídos, “salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos”.
Costa lembrou que há quatro meses deixou à disposição do STF, do Ministério Público e do Senado todos os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Afirmou, ainda, que “diante da injusta exposição a que ficará submetido, espera celeridade do processo e confia no seu consequente arquivamento”. E colocou-se pronto para cooperar com todas as etapas das investigações e diligências.
Combate à corrupção
Já o PT, na nota oficial, assinada pelo presidente do partido, Rui Falcão, defende o prosseguimento das investigações e assegura que, em caso de comprovação de delitos, seus filiados receberão punições previstas no estatuto da legenda. "Reafirmamos integral apoio ao prosseguimento das investigações que se realizam no âmbito da chamada Operação Lava Jato, de forma completa e rigorosa, sem favorecimentos ou parcialidade, nos marcos do Estado Democrático de Direito", diz o texto.
A nota também afirma que o PT "se orgulha de liderar governos que combatem implacavelmente a corrupção" e reitera que "todas as doações que recebe são legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral".
Outros parlamentares que já falaram a respeito foram os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Benedito de Lira (PP-AL). Lindbergh ficou de se posicionar depois de ler o despacho do ministro Teori Zavascki. O senador Benedito de Lira negou envolvimento no caso e ressaltou que ficou surpreso com o seu nome na lista. “Nunca tratei de nenhum assunto com nenhum desses caras da Petrobras. Nunca tive relações com eles nem fiz qualquer gestão junto a eles nem qualquer negociação política. Agora, vão ter que me mostrar do que fui acusado porque não estou sabendo de nada”, disse.
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