Para presidente da CUT, ajuste da economia não pode ser 'política do corta-corta'

Vagner Freitas afirma que movimentos devem destacar ao governo sua insatisfação com mudança do modelo econômico que tem sido adotado pelo país desde o primeiro governo do ex-presidente Lula
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 04/03/2015 
ROBERTO PARIZOTTI/CUT
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Freitas, da CUT: "Nós consideramos que o modelo adotado precisa continuar, e não, ser modificado"
Brasília – O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou hoje (4), em seminário promovido pela central em Brasília, ao avaliar as medidas do governo para equilíbrio da economia, que o grande equívoco é a proposta de mudança na linha que vinha sendo adotada para o país desde 2003, quando teve início o governo de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. De acordo com Freitas, o governo está mudando o seu modelo econômico. "Nós consideramos que o modelo adotado precisa continuar, e não, ser modificado."

O dirigente disse que a partir da experiência da CUT com os movimentos sociais e a antiga parceria com representantes da academia, é preciso interferir no modelo de política econômica que está sendo proposto para destacar ao Executivo que as entidades sociais não concordam com o que chamou de “política do corta-corta”.
“A constatação feita pelo Banco Mundial, durante o Fórum Econômico Global, de que haverá um baixo crescimento econômico no mundo e, por isso, os países precisam ter contenção de custos, precisa ser pesada pelo governo brasileiro. Devemos impedir uma economia regressiva, isso sim. Precisamos manter a economia progressiva que vinha sendo observada desde o governo do ex-presidente Lula até bem pouco tempo”, acrescentou.

'Entender o momento'

Além do presidente da CUT, o economista Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, destacou que as entidades sociais precisam entender o momento desfavorável pelo qual passa o governo e saber atuar de forma construtiva.
“O governo tenta quase de forma desesperada reorganizar uma estratégia de comando da economia, embora de modo contraditório. E precisamos responder claramente, como movimento, qual é a organização fiscal que queremos", disse Clemente. Mas com um projeto estratégico. Essa sociedade não cabe nesse Estado do jeito que está”, acrescentou, repetindo que o movimento social precisa debater com amadurecimento.

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