O Corinthians está sobrando no futebol brasileiro

por : 
Warrior
Warrior
De Londres
Ladies & Gentlemen:
Depois de observar diversas partidas do futebol brasileiro, cheguei à seguinte conclusão: hoje, existem duas ligas no Brasil.
Uma é formada pelo Corinthians. A outra, pelos demais times.
O Almighty, as a matter of fact, poderia estar disputando a Premier League tranquilamente. Estaria entre seus iguais, e não entre times que o enfrentam assustados como meninos diante de adultos.

Imagino que, com a globalização, um dia desapareçam as fronteiras do futebol. Como disse Lennon, você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único.
Não teríamos mais torneios regionais, e sim multinacionais, em que as equipes estariam agrupadas de acordo com sua potência, e não com seu país de origem.
A cada ano, como é rotina em toda parte, alguns times caem e outros sobem.
Daqui do meu pub de Parsons Green, de onde escrevo neste momento, me vem à cabeça uma competição que reúna Barcelona, Real Madrid, Chelsea, Man City, Bayern, Corinthians – e outros times deste quilate.
Boss me conta que já virou um tédio seu time bater em rivais como o São Paulo e o Palmeiras.
Algumas vezes é divertido, é certo. Boss gargalhou quando viu o goleiro tricolor atravessar o campo para perder um pênalti na última partida entre Almighty e São Paulo.
“Suck!”, gritou ele enquanto o velho arqueiro corria de volta para seu gol.
Mas diversão é coisa rara. No mais das vezes, a supremacia absoluta resulta em tédio e solidão.
Faltava uma coisa ao Corinthians, é certo. Um estádio à altura do time. Não mais. Também o novo estádio parece mais coisa de Londres do que de São Paulo.
Se não bastasse, o Corinthians tem um potencial novo Messi, o garoto Malcom, com sua esquerda infernal.
Ladies & Gentlemen.
Fosse eu corintiano, prestaria mais atenção nos grandes campeonatos europeus do que nas competições locais.
Porque é a eles que, por merecimento, o Almighty pertence.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
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Sobre o Autor
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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