Juiz Moro diz ter ficado ‘particularmente tocado’ com protestos de domingo

Do globo:
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A 12ª edição do Prêmio Faz Diferença, uma iniciativa do jornal O GLOBO, prestou homenagem aos brasileiros que mais contribuíram com seu talento e profissionalismo para mudar o país em 2014. A cerimônia de premiação aconteceu na noite desta quarta-feira no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio.

Como nas outras edições, o colunista Ancelmo Gois e a jornalista Miriam Leitão apresentaram o prêmio, que tem o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O juiz federal Sérgio Moro — responsável pela Operação Lava-Jato — foi eleito Personalidade do Ano. Ao receber o prêmio, o magistrado reafirmou seu compromisso de aplicar a justiça de maneira imparcial.
– Eu, como juiz, não posso fazer promessas. O que eu posso prometer, que é um dever de juiz, é fazer o melhor de mim para julgar o caso segundo a lei, as provas que forem apresentadas, respeitando os direitos dos acusados, das vítimas e da sociedade. O objetivo é sempre a aplicação da justiça de maneira imparcial, de maneira igual, julgando as provas do processo. E esse compromisso, realmente, eu tenho.
Moro lembrou que o trabalho na Lava-Jato é coletivo:
– É um trabalho coletivo daquilo que a Polícia Federal e a imprensa chama de Operação Lava-Jato. Não um trabalho de um juíz puro e evidente. Existe um trabalho de investigação feito pela Polícia Federal e que merece todos os elogios. O Direito é sempre uma obra coletiva.
E ressaltou que a imprensa tem tido um papel fundamental nas investigações:
– Não no sentido, como colocam, de forma negativa, como uma espécie de conspiração. Mas, sim, levando a informação de tudo o que acontece no processo para o público em geral. Existe um compromisso com a veracidade do processo. Não é uma escolha individual. É a Constituição que determina que o processo deve ser, em regra, público, e apenas, excepcionalmente, ser conduzido em sigilo. Isso, se levado à risca, tem propciado que a população, a sociedade civil organizada, seja informada a respeito dos fatos que sejam relevantes do processo.
Sobre as recentes manifestações no país, o juiz disse que ficou particularmente tocado.
– Há um consenso: todos nós somos contra a corrupção, todos somos contra o crime. E entendemos, seja do campo da direita, seja do campo da esquerda, ou no campo político do centro, que quando a corrupção é identificada deve ser adequadamente punida. Tenho fé que, com o apoio da opinião pública, da população, nós possamos caminhar adiante com esse processo.
(…)

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