Islândia retira candidatura de adesão à União Europeia

Governo eurocético do país cumpre promessa de campanha e anula candidatura de ingresso, mas reitera que deseja manter laços estreitos e de cooperação com a UE.
A Islândia anunciou, nesta quinta-feira (12/03), a retirada de sua candidatura de adesão à União Europeia (UE), confirmando, assim, promessa feita há dois anos pelo seu então novo governo, de viés eurocético.
O ministro do Exterior do país, Gunnar Bragi Sveinisson, disse em nota que o governo de centro-direita comunicou à atual presidência letã da UE e à Comissão Europeia sua decisão de anular a candidatura. "Os interesses da Islândia estão melhor representados fora da União Europeia", escreveu o ministro em seu site.

O pedido de adesão da Islândia havia sido feito em 2009, sob um governo de esquerda, quando o país foi gravemente afetado pela crise financeira mundial. A coroa islandesa perdeu quase a metade do seu valor. Na época, a adesão à zona do euro era uma perspectiva atraente.
Mas a polêmica questão das cotas de pesca era um dos principais obstáculos para a união ao bloco, embora o tema nunca tenha sido levantado nas negociações de adesão. A pesca representa uma parcela importante da economia islandesa. Além disso, pesquisas de opinião começaram a mostrar uma resistência crescente entre os islandeses em relação à adesão à UE.
Quando o Partido do Progresso, de centro, e o Partido da Independência, de direita, chegaram ao poder, em 2013, as negociações com Bruxelas foram suspensas. O governo, porém, havia mantido a promessa de, ao menos, realizar um referendo sobre a adesão.
Apesar da decisão desta quinta-feira, a Islândia afirmou que deseja manter "laços estreitos e de cooperação" com a UE. O país já integra o espaço de livre circulação, o chamado Acordo de Schengen, e também o Espaço Econômico Europeu (EEE).
PV/dpa/afp

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