Fernando Brito: Quando o jornalismo é feito da maneira mais fácil e sem “o desejo genuíno de acertar”

Autor: Fernando Brito
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A babaquice transformada pela Folha em manchete, hoje, é de doer.
Não há nada de errado no Ministro Joaquim Levy dizer que Dilma, algumas vezes, não faz as coisas “pelo caminho mais fácil” e “mais eficaz”.
Nem eu, nem você, nem Joaquim Levy fazemos sempre.
Ninguém faz sempre, salvo os pretensiosos que auto-decretam sua genialidade.

Lula, por exemplo, indicou Joaquim Barbosa com “o genuíno desejo de acertar” ao dar à Corte um advogado negro, neste país de Justiça branca.
Não foi o mais eficaz.
Aliás, Brizola costumava repetir que Cristo, que era Deus, ao escolher 12 acabou pegando um Judas no lote…
Até Deus, dizem, escreve certo por linhas tortas, que, claro, não são “the most effective way”. E ninguém aqui pode se achar melhor que Deus, não é?
Agora imaginem que Levy dissesse que Dilma sempre faz as coisas pelo caminho “mais fácil e eficiente”.
Francamente, seria um espetáculo de puxa-saquismo que não faria justiça nem ao Ministro nem à Presidenta.
Nem sempre fazemos as coisas da maneira mais eficaz.
Por exemplo, a repórter escreve que ” o ministro já tinha feito críticas à gestão da presidente nos últimos meses, mas nunca à sua pessoa”.
Está correto, mas não é o mais fácil e eficaz: ” o ministro já tinha feito críticas à gestão da presidente nos últimos meses, mas nunca a ela, pessoalmente”.
Não acho que ela não tenha tido “o genuíno desejo de acertar” ao escrever.
A propósito, terá o Ministro Levy na palestra de onde se tirou a intriguinha algo de relevante para a vida brasileira  ou sobre as perspectivas econômicas dos brasileiros?
Porque, senão, era melhor ter mandado um repórter dos cadernos de fofocas televisivas, assim… feito a “Contigo”.
Seria mais fácil e eficiente.

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