'É preciso ficar atento com quem atua contra o real', afirma Dieese



Expectativa é de que o moeda norte-americana fique estável para favorecimento das empresas nacionais
por Redação da RBA 
RAFAEL NEDDERMEYER/FOTOS PÚBLICAS
Dólar
Dois motivos para a avaliação do dólar afetar a economia nacional: crise econômica internacional e pressão política
São Paulo – O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, explicou hoje (23), em entrevista para a Rádio Brasil Atual, os reflexos do aumento do dólar na economia brasileira e afirmou que a utilização da valorização da moeda estrangeira para reduzir a inflação torna inviável a política industrial.
A expectativa é que o dólar tenha um posicionamento estável, representando um equilíbrio industrial que favoreça o desenvolvimento da indústria brasileira.
“Devemos aproveitar este momento para reposicionar a moeda americana num patamar que permita, simultaneamente, um poder de compra protegido, principalmente pela indústria, que tenha a capacidade de ser dinâmica, criando empregos, gerando bons salários, e essa dinâmica formando proteção a eles”, comenta Ganz Lúcio.

O diretor técnico também afirmou que há dois motivos para a avaliação do dólar afetar a economia nacional: por conta da crise econômica internacional, ou pela pressão política, na qual os especuladores atuam para maximizar ou defender seus recursos, fazendo com que a moeda varie.
Para Ganz Lúcio, a desvalorização do dólar tem dois aspectos. “De um lado, a desvalorização desta moeda é importante, para que tenhamos capacidade de exportar e colocar nossos produtos na economia internacional. Porém, criam-se alguns mecanismos defensivos contra as importações, que diminuem a amplitude produtiva brasileira, já que com a moeda americana valorizada, a nossa indústria não consegue concorrer com os preços internacionais, havendo um desequilíbrio entre eles com as demais economias de outros países."
De acordo com Ganz Lúcio, grandes países, como a China, teriam facilidade para colocarem seus produtos no Brasil, promovendo uma concorrência desleal com as empresas brasileiras.
“Há uma desvalorização importante, que valoriza nossa indústria, sendo fundamental para mantermos nossos empregos e a dinâmica econômica do nosso crescimento”, explica o diretor técnico.
Além disso, acontece um movimento especulativo, no qual rentistas com dívidas ou créditos em dólar atuam contra a moeda.
“É uma disputa importante da política econômica, e precisamos estar atentos a este posicionamento que fragiliza a economia, principalmente, por conta do posicionamento dos especuladores que agem contra o próprio real”, afirma.
Ouça a entrevista completa da Rádio Brasil Atual

Comentários