Destaques da agenda internacional para a semana de 29 de março a 5 de abril

Nas eleições bolivianas, o Movimento pelo Socialismo, de Evo Morales, perdeu importantes postos de governo. Trabalhistas lideram pesquisas na Inglaterra.

Flávio Aguiar, de Berlim - na Carta Maior
Vermelho.org
França
Nas eleições regionais do domingo 29 (segundo turno) o Partido Socialista amargou mais uma derrota, perdendo quase 30 governos para a direita. As esquerdas como um todo saíram-se mal no pleito. Os comunistas, que tinham dois governos regionais, ficaram só com um. A extrema esquerda e os verdes tiveram votações pequenas. A extrema-direita, de Marine Le Pen, ficou em segundo na votação geral, mas não ganhou nenhum governo regional. A vitória coube a União por um Movimento Popular, liderada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, que passou de 40 governos para 67. 

Analistas apontam uma migração de votos do PS para a direita, e a adoção de bandeiras anti-muçulmanas por Sarkozy, como a de proibir as mulheres de usarem véus nas universidades e a proibição das cantinas escolares restringirem o uso de carne de porco, que os seguidores do Islã não comem.


Nigéria
Também no fim de semana houve eleição geral na Nigéria, o país mais populoso e a maior economia do continente africano. O ex-ditador Muhammadu Buhari venceu o atual presidente Goodluck Jonathan por 2 milhôes de votos. Os partidários do primeiro venceram em dez províncias e os deste em 8 mais a capital. Há rumores de que os partidários de Jonathan não aceitariam uma derrota. Nas últimas eleições, depois que Jonathan venceu Buhari, houve distúrbios com 800 mortos 65 mil desabrigados.

Iêmen
Prossegue o bombardeio aéreo pela Arábia Saudita sobre posições mantidas pelos rebeldes Houthis, inclusive o aeroporto da capital, Sana. Reunida no Egito, a Liga Árabe anunciou a criação de uma força militar conjunta cujo alvo principal seria o Estado Islâmico, mas que poderia intervir no conflito iemenita.

Bolívia
Nas eleições de domingo o Movimento pelo Socialismo, do Presidente Evo Morales, perdeu importantes postos de governo, entre eles o do seu tradicional bastião de El Alto, na região metropolitana de La Paz. Entretanto este resultado negativo já era esperado, apesar do presidente ter vencido facilmente a eleição em outubro do ano passado. Tradicionalmente, a popularidade de Evo sempre foi maior do que a do seu partido.

Reino Unido
Começou oficialmente a campanha eleitoral para o pleito de 7 de maio. Os trabalhistas estão em leve vantagem, mas o primeiro ministro David Cameron partiu para a ofensiva, acusando aqueles de pretender um aumento generalizado de impostos.

Tunisia
Terminou no domingo o Fórum Social Mundial realizado na capital, Tunis, com uma forte participação de mulheres. Ao mesmo tempo as forças de segurança do país anunciaram que mataram nove suspeitos de participação no planejamento do ataque terrorista no museu do Bardo, cujo saldo fatal já é de 22 mortos.

Grécia
Recomeçaram na segunda (30) as negociações em Bruxelas entre o governo grego e os demais países da Zona do Euro sobre a ajuda aquele país. A Grécia só tem fundos para garantir pagamentos até oficial de abril. O governo de Tsipras deve entregar aos demais membros da Zona do Euro um plano de reformas destinadas a aumentar a arrecadação de impostos combatendo a sonegação e outras medidas. Entretanto o verdadeiro impasse reside nas discordâncias sobre a suspensão ou não das privatizações, o aumento de salários e o de pensões.

Alemanha
Morreu na semana passada a terceira testemunha do processo da chamada célula de Zwickau, um grupo terrorista neo nazi acusado pela morte de comerciantes estrangeiros, na maioria turcos e pela morte de uma policial na cidade de Heilbronn. As três testemunhas estavam convocadas para depor sobre o assassinato da policial, e suas mortes não estão de todo esclarecidas. A última a morrer, namorada da segunda vítima, comunicará ao tribunal de Munique, encarregado do caso, que estava sendo ameaçada, mas nada foi feito para protegê-la. 

O caso configura o maior escândalo policial e de segurança na Alemanha nos últimos anos, pois houve acobertamento da célula por cumplicidade ou negligência, além da destruição de documentos sigilosos antes que fossem examinados pelos investigadores.

Germanwings
Continuam as investigações e a polêmica em torno do papel e das condições de saúde mental do co-piloto Andreas Lubitz que, ao que tudo indica, provocou a catástrofe intencionalmente. O co-piloto era considerado um suicida potencial, padecia de depressão e ocultou documentos que diziam estar ele de licença para tratamento de saúde antes do voo fatal. Psiquiatras vem criticando o sensacionalismo de mídia que cerca o caso, alertando que isto pode aumentar a discriminação de pacientes depressivos e até de suspeitos de padecerem do problema.




Créditos da foto: Vermelho.org

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