CUT, MST e UNE vão às ruas nesta sexta-feira "contra retrocesso"
Protesto em 26 capitais será contra ajustes do governo Dilma, mas pede “respeito aos resultados eleitorais”, em uma resposta aos atos pró-impeachment de domingo
por Redação da Carta Capital Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
Para acabar com escândalos na Petrobras, sindicalistas defendem mudança no financiamento de campanha
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocou, para esta sexta-feira 13, manifestações em 26 capitais brasileiras. O ato é uma resposta antecipada a outro protesto marcado para este domingo 15, cuja pauta é o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Apesar de ser uma entidade ligada ao PT, a CUT promete protestar “contra o retrocesso”, em referência aos ajustes fiscais promovidos pelo governo que têm atingido direitos dos trabalhadores. No entanto, os sindicalistas enfatizam que o objetivo é também defender a democracia, além da Petrobras e de uma reforma política.
Os protestos têm apoio de outras organizações sindicais e movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Em manifesto sobre a convocação, a CUT chamou de “ataque a direitos” as mudanças que o governo Dilma tem feito no acesso a bens trabalhistas.
“As MPs 664 e 665, que restringem o acesso ao seguro desemprego, ao abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença, são ataques a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora. Se o governo quer combater fraudes, deve aprimorar a fiscalização; se quer combater a alta taxa de rotatividade, que taxe as empresas onde os índices de demissão imotivada são mais altos do que as empresas do setor”, diz o comunicado.
Na mesmo texto, a central reforça que é preciso, no entanto, “respeita os resultados eleitorais”, em referência, justamente, à pauta dos manifestantes de 15 de março, que pretende derrubar o governo eleito. “Fomos às ruas para acabar com a ditadura militar e conquistar a redemocratização do País. Democracia pressupõe o direito e o respeito às decisões do povo, em especial, as dos resultados eleitorais. A Constituição deve ser respeitada”, afirma.
Em resposta às denúncias de corrupção que envolvem na Petrobras, que surgiram durante a deflagração da Operação Lava Jato, os sindicalistas propõem a reforma política. Por isso, esta será outra bandeira da manifestação. “Para combater a corrupção entre dirigentes empresariais e políticos, temos de fazer a Reforma Política e acabar de uma vez por todas com o financiamento empresarial das campanhas eleitorais. A democracia deve representar o povo.”
Em São Paulo, o ato da CUT está marcado para começar na avenida Paulista, altura do número 901, onde fica uma das sedes administrativas da Petrobras, a partir das 15h, mesmo horário em que ocorrerá a concentração no Rio de Janeiro, na Cinelândia. Em Curitiba, a manifestação está marcada para começar às 17h, na Praça Santos Andrade, e contará com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP Sindicato), que tem promovido uma série de protestos contra o governador do Estado, Beto Richa (PSDB-PR).
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