Cunha e Renan vão para cima de Dilma pela cabeça de Janot

 Autor: Fernando Brito
gulidilma
O mandato (bienal) de Rodrigo Janot vai até agosto.
Mas, em tese, faltaria apenas pouco mais de um mês para que o Ministério Público escolhesse, pelo voto, a lista tríplice que será submetida à presidência para a escolha – ou, como é praxe, a recondução – do Procurador Geral da República.
Se é que haverá lista tríplice, por não creio que, neste momento, procurador algum com certo equilíbrio mental, vá disputar com ele a indicação. Só haverá outro nome se Janot quiser deixar o cargo.

Adivinhem como estão. agora, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, em relação a esta escolha?
Vão chantagear o Governo Dilma, com o que lhes resta de poder congressual para que Janot não seja reconduzido.
É por isso que eu escrevi que ou a lista de Janot desmonta o PMDB ou o PMDB desmonta a lista, desmontando o próprio Janot.
A fartura de indícios concretos contra ambos é tal – e tão detalhadamente descrita – que desqualificá-los ou prova-los inverídicos significa desmontar a investigação inteira.
E a investigação, os fatos provaram, saiu do âmbito do Executivo para o do Legislativo, com armas e bagagens.
Só que ficou quase impossível para a mídia defender o Legislativo contra o Governo Dilma.
O que fizerem contra a Presidente será atribuído – é é mesmo – ao desejo de força-la a interferir nas investigações e dar cobertura a ambos.
E Dilma, é obvio, não fará isso, tanto por opção política quanto por absoluta incompatibilidade pessoal com este tipo de conchavo.
Ao mesmo tempo, para muitos de seus apoiadores, Cunha e Rena ficaram “leprosos”.
Que deputado ou senador vai tentar obter alguma vantagem, mesmo as meramente eleitorais, através de Cunha? E Renan, que já tinha minguado no Senado, mesmo antes de ser enrolado na Lava-Jato, vai ser procurado para posar para fotos?
É hora de esquecer os “assessores de Pompéia”, Mercadantes e quejandos, e trabalhar por uma articulação com o PMDB que Cunha havia driblado  para conseguir o controle do partido, entender que ele ainda não pode ainda sair atirando, e recompor as condições de governar.
Deixando que Cunha e Renan, de lança em punho, exijam, como já ensaiam, a cabeça de Janot.
Porque o caso do Governo deve ser o de política, não o de polícia.

Comentários