China vai ajudar o Brasil a sair da crise
Miguel do Rosário
O blog do Planalto publicou, ontem à noite, uma notinha um pouco misteriosa.
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Sexta-feira, 27 de março de 2015 às 21:15
Brasil será membro-fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura
Brasil será membro-fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura
O governo brasileiro aceitou o convite da República Popular da China para participar como membro-fundador do Asian Infrastructure Investiment Bank (AIIB), de acordo com nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
A presidenta Dilma Rousseff anunciou, nesta sexta-feira (27), que o Brasil tem todo o interesse de participar da iniciativa, que deve garantir financiamento para projetos de infraestrutura na região da Ásia.
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Por que misteriosa?
Ora, porque é evidente que, por mais que isso seja nobre, a meta do governo brasileiro não é somente “garantir financiamento para projetos de infra-estrutura na região da Ásia”.
A medida se insere numa estratégia bem maior, que é trazer financiamento asiático para projetos de infra-estrutura no Brasil. Algo que, aliás, já está acontecendo, mas poderá ganhar uma escala muito maior.
Enquanto setores irresponsáveis do Estado brasileiro, em conluio com a mídia de oposição, transformam a necessária luta contra a corrupção numa ação autodestrutiva, que afeta o processo de renovação da nossa infra-estrutura, Dilma pode ter achado, lá fora, uma maneira de dar a volta por cima.
Não interessa à China ver o Brasil parado. Ela precisa que nossa economia se mantenha dinâmica para ampliar o volume de troca comercial entre os dois países.
E o melhor: a China está anos-luz de distância da esfera de influência da nossa mídia, que é poderosa, mas profundamente provinciana e submetida às mesquinharias políticas de curto prazo.
Confirmando essa estratégia, Dilma pode ter achado uma nova incrível fonte de energia, que a ajudará a superar a sua própria crise política.
A China será, em pouco tempo, o país mais rico do mundo; e tem interesse em trazer o Brasil para o centro das decisões políticas globais.
Depois de assistirmos o coxinhato sair às ruas com faixas obsoletas contra o comunismo, será uma ironia e tanto ver os mesmos coxinhas querendo trabalhar em grandes obras, no Brasil, financiadas pelo dragão maoísta chinês.
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