Cardozo pede "paz" a golpistas. Ingênuo!




Por Altamiro Borges

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (11), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – sempre tão "republicano" –, pediu aos líderes da marcha golpista de 15 de março que não estimulem "ações de ódio". Segundo o site do 'Estadão', jornal da oligarquia engajado na preparação do ato – que prega abertamente o impeachment de Dilma e a volta dos militares ao poder –, o ministro foi enfático na defesa da paz. "O governo tem essa tolerância com as pessoas que o criticam e gostaríamos muito que essas pessoas não fizessem uma ação de ódio, de raiva. Expressem suas ideias democraticamente, vamos nos tolerar", afirmou Cardozo. Haja ingenuidade diante das organizações fascistóides!



Ainda segundo o suspeito jornalão – famoso por suas manipulações e pelo seu histórico golpista –, o ministro relativizou os intentos desestabilizadores dos líderes das marchas. "Elas são legítimas desde que pacíficas e com respeito às regras democráticas. 'Ou seja, manifestam-se dentro da lei, dentro da ordem, respeitam-se as autoridades constituídas, afastam-se quaisquer posturas golpistas', afirmou. Para o ministro, não há motivos para exigir o impeachment da presidenta Dilma. "Nós tivemos uma eleição legitimamente feita, a democracia existe no País, não existem quaisquer razoes jurídicas para que se mude esse quadro que está posto". 

Ao final, afirma o jornal, Cardozo ainda contemporizou: "Pessoalmente tenho visto de todos os lados muita intolerância. A tolerância é um pressuposto da democracia. O que não podemos ter jamais é uma ação de ódio em que pessoas são estigmatizadas, atacadas pelo simples fato de pensarem ou de terem alinhamentos ideológicos e políticos". O ministro da Justiça sequer comentou a decisão formal do PSDB de apoiar as manifestações do próximo domingo, o que confirma o caráter antidemocrático desta legenda – que até agora não engoliu a quarta derrota consecutiva numa disputa presidencial.

Ao invés de insistir na sua imagem de "republicano", o ministro da Justiça devia condenar, de forma explícita e dura, as organizações que pregam abertamente o ódio e o golpismo. De imediato, ele devia acionar a Polícia Federal para investigar um dos criadores do site "Revoltados Online", que na manhã desta própria quarta-feira agrediu um funcionário da estatal Eletronuclear, na Candelária (RJ). O sociólogo Ricardo Santana Reis criticou um grupelho de 30 aloprados que exigia o impeachment de Dilma e foi atingido por garrafas atiradas pelo empresário Rodrigo Brasil. Outro troglodita, Maicon Freitas, da seita fascista União Contra a Corrupção (UCC), conclamou os presentes a "tacarem ovos nas baratas vermelhas" que defendem o governo democraticamente eleito em outubro passado.

Comentários